Pesquisa da CNI aponta disparidades entre infraestrutura de transporte
No Norte e Nordeste, somente 25% dos entrevistados a consideram boa, enquanto no Sudeste o índice é de 64%
Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que as regiões brasileiras têm uma enorme diferença em relação às condições de infraestrutura e logística. Os dados mostraram que somente 25% dos entrevistados do Norte e do Nordeste consideram boas ou ótimas as condições de infraestrutura da região. A média nacional ficou em 56%. A pesquisa ouviu 2.500 empresários de indústrias de médio e grande portes de todo o país.
Ao mesmo tempo, 64% dos empresários do Sudeste creem que as condições de infraestrutura regional podem ser consideradas boas ou ótimas. Na região Sul, por sua vez, 57% dos empresários mostraram-se satisfeitos. Na região Centro Oeste, a aprovação foi de 46%.
“A pesquisa da CNI revela o quadro da nossa infraestrutura de transportes e como isso penaliza o setor produtivo. Quando nós avaliamos, por exemplo, a situação das nossas rodovias, ferrovias e portos do Norte e Nordeste, fica muito evidente a disparidade da qualidade desses ativos em relação ao Sul e ao Sudeste, por exemplo. Isso evidencia a necessidade de mais investimentos, para que possamos reduzir o déficit de infraestrutura e, principalmente, este desbalanceamento entre as regiões. Nós temos, por exemplo, condições de rodovias que penalizam o transporte mais utilizado no Brasil para cargas, que é por meio de caminhões. É preciso que o país invista mais em infraestrutura – não só com recursos públicos, mas também com recursos privados para que possamos reduzir o custo logístico de produzir e transportar no Brasil”, afirma o gerente de Transporte e Mobilidade Urbana da CNI, Matheus de Castro.
Gargalos
A pesquisa também apontou que o principal gargalo de infraestrutura em todas as regiões é o transporte, com média nacional de 73%. No Norte, o índice é ainda maior – de 82%. Na sequência, aparecem o Sul (81% apontam o transporte como maior gargalo), Nordeste (76%), Centro-Oeste (73%) e Sudeste (68%).
Ao mesmo tempo, a infraestrutura das rodovias foi a maior reclamação dos empresários, mencionada por 88% dos entrevistados do Norte e por 62% do Sudeste.
Em seguida, a infraestrutura das ferrovias foi citada como um dos maiores gargalos para o transporte de carga no país – a maior parte, 40% entre os empresários do Sudeste, e a menor, 18% do Norte. A pesquisa revelou ainda que os serviços de transporte por rodovias são avaliados como bons ou ótimos por 46% dos empresários. Entre as regiões, destaca-se o Sudeste, onde 59% consideram os serviços de transporte rodoviário bons ou ótimos. Em contraste aparece o Norte, com índice de somente 9% bom ou ótimo.
“Nós utilizamos o transporte rodoviário excessivamente. Isso se revela na pesquisa com os industriais. Os entrevistados da região Sudeste afirmaram que utilizam o caminhão para distâncias, em média, de 600 km ou mais. No caso do Norte, essas distâncias chegam a superar 1.700 km em média. Essa utilização excessiva do caminhão traz uma eficiência para quem produz e para quem transporta essas mercadorias, com custos econômicos e sociais para toda a sociedade. Dessa forma, nós precisamos aumentar o investimento em outros modais de transporte, principalmente o ferroviário. Desta forma, poderemos transportar mercadorias de menor valor agregado, em distâncias superiores, sem necessitar sempre do modal rodoviário”, afirma Castro.
Fontes
Matheus de Castro é gerente de Transporte e Mobilidade Urbana da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Contato
Assessoria de imprensa – imprensa@cni.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
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