O balão de oxigênio da organização moderna

1 de julho de 2008

O balão de oxigênio da organização moderna

O balão de oxigênio da organização moderna 150 150 Cimento Itambé

É tarefa dos profissionais de recursos humanos servir como um “balão de oxigênio” para que toda a organização se renove

Geraldo Gianisello

Geraldo Gianisello

Ter uma estratégia alinhada e, sobretudo, disseminada entre todos os públicos, é o pilar de sustentação de uma organização moderna, independente de seu porte ou área de atuação. Essa tarefa está concentrada fundamentalmente na área de recursos humanos, mas nem sempre foi assim. Pode-se dizer que a idéia de um RH como peça chave da estratégia é recente, como também se pode afirmar, sem sombra de dúvidas, que esta é uma tendência irreversível.

A origem do RH remonta aos primórdios da Era Industrial quando se fez necessária a constituição do Departamento Pessoal, o popular DP, cuja função era atender às demandas de registro e de legalidade da relação entre trabalhador e empresa. Inicialmente exercido por advogados e depois por engenheiros, o histórico de atuação da área de recursos humanos não é glorioso, por assim dizer. Foi sim, e por muito tempo, uma atividade associada à função de encaixar o contingente humano das empresas em estruturas hierarquizadas.

É importante fazer este retrospecto em um tempo em que não falta espaço para notícias e artigos relacionados à gestão em toda grande publicação que se preze. É plenamente cabível dizer, por exemplo, que o RH hoje é tão importante como o marketing, que historicamente sempre esteve diretamente vinculado à estratégia de negócios. Marketing deriva do latim “mercare”, que definia o ato de comercializar produtos na antiga Roma. Ora, como diria Theodore Levitt, marketing é manter e conquistar clientes.

E o RH? RH é manter e conquistar colaboradores. Ele deve ocupar-se do alinhamento e direcionamento estratégico de todas as pessoas que compõem a organização. Cabe a ele, primordialmente, propagar valores e referência ética. Ora, antes do funcionário ou do parceiro, existe uma pessoa que precisa ser respeitada e considerada em toda a sua complexidade.

É tarefa dos profissionais que atuam direta ou indiretamente com a área de recursos humanos servir como um “balão de oxigênio” para que toda a organização se renove. Aportar conhecimentos, transmitir os valores que dão singularidade e alicerçam a cultura empresarial.

Não faz muito tempo que todas as companhias perseguiam aquela certificação ISO 9000, uma norma internacional que certificava o gerenciamento e a garantia da qualidade de produtos e serviços. Hoje, já existem cerca de 1500 empresas no mundo que tem a certificação SA 8000, que por sua vez, atesta a implementação dos processos internos necessários para assegurar os direitos humanos básicos dos funcionários. Tanto uma quanto outra, é bom que se diga, exercem um papel importante no sentido de servir como um parâmetro de excelência.

Entretanto, não deixa de ser sintomática a ascensão da SA 8000 no mundo corporativo. Como também não é por acaso que se fale tanto em responsabilidade social.

Enfim, o foco está nas pessoas, não meramente por altruísmo, mas por exigência do mercado. Quem diria, anos atrás, que a competitividade também levaria a isso. E, quando se fala em priorizar o ser humano nas decisões, está se falando de RH.

* Geraldo Gianisello é sócio diretor da consultoria Across (www.across.com.br).

Referência:
Créditos: Geraldo Gianisello*

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