Mercado imobiliário investe em venda de estoque
Comprador pode obter até 30% de desconto por esse tipo de unidade, que em tempos de crise se transforma em protagonista nas cidades do país
Comprador pode obter até 30% de desconto por esse tipo de unidade, que em tempos de crise se transforma em protagonista nas cidades do país
Por: Altair Santos
Sabe aquelas unidades que sobram em um prédio recentemente construído, e pronto para ser entregue aos proprietários? São elas que o mercado imobiliário chama de estoque. Normalmente, trata-se de apartamentos no nível térreo, próximos da porta de entrada ou da área de lazer; ou então aqueles com pouca insolação ou com defeitos de acabamento. Há ainda os que foram alvo de distrato, quando o primeiro comprador desiste do negócio antes mesmo de tomar posse do imóvel. Antes, eram unidades rejeitadas. Hoje, se transformaram em protagonistas em tempos de crise.
Para vendê-las, construtoras e incorporadoras estão dispostas a dar até 30% de desconto. Isso torna esse tipo de negócio bom para quem busca um imóvel para morar e para quem pretende investir. “Se bem escolhido, pode ser um ótimo negócio para todas as pontas do mercado. O investidor tende a garantir uma liquidez maior, dependendo da localização e do que há no entorno do empreendimento”, explica Rogério Santos, diretor da RealtON – empresa com expertise em outlet de imóveis em estoque. O especialista ressalta ainda que essa é uma tendência verificada principalmente nas capitais brasileiras. São Paulo, por exemplo, fechou 2014 com 27 mil unidades em estoque.
Diferentemente do que ocorreu entre 2009 e 2013, durante os anos em que mais se vendeu imóveis no Brasil, os prédios prontos passaram a ter mais unidades em estoque. Isso, de acordo com Rogério Santos, é bom por que permite ao comprador ver fisicamente o que está em negociação. “O estoque que temos hoje conta com um número maior de imóveis prontos, já entregues. Assim, o comprador pode visitar a unidade, verificar acabamento e outros itens. Também permite ter maior poder para negociar valores e formas de pagamento”, afirma, lembrando que o comprador de imóvel em estoque não costuma comprar por impulso.
Cuidados na compra
Normalmente, o que seduz esse consumidor é o preço. Porém, Rogério Santos alerta que é preciso estar atento aos mitos que envolvem os imóveis em estoque para não realizar maus negócios. “Descontos muito acima da média devem ser vistos com desconfiança pelo consumidor”, garante. Entre os principais cuidados que se deve ter ao comprar um imóvel em estoque, o especialista destaca três: desconfiar de descontos impossíveis; visitar a unidade, se o imóvel estiver pronto, e verificar a documentação para saber se há impedimentos quanto à escritura definitiva.
Com a demanda maior por apartamentos compactos – entre um e dois quartos -, os imóveis com três quartos também passaram a entrar em estoque. Pelo menos essa é uma tendência que se verifica em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, onde o número de compradores que moram sozinhos os faz descartar empreendimentos com muitos cômodos. “Cada empreendimento tem, pela sua conjuntura, um tipo de imóvel que desperta menor interesse. Hoje, os de três quartos estão neste grupo”, avalia Rogério Santos, convicto de que esse será o ano do imóvel em estoque. “Arriscaria dizer que este é um dos momentos mais propícios para o consumidor. Quem tiver recursos para uma boa entrada fará excelentes negócios”, finaliza.
Entrevistado
Rogério Santos, CEO da RealtON. Graduado em marketing, é especialista em venda de imóveis em ponta de estoque
Contatos
contato@realton.com.br
www.realton.com.br
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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