Tecnologia permite reconstruir pontes em 15 dias

17 de abril de 2014

Tecnologia permite reconstruir pontes em 15 dias

Tecnologia permite reconstruir pontes em 15 dias 1024 640 Cimento Itambé

Sistema ABC (Accelerated Bridges Construction) já é adotado como padrão nos Estados Unidos e, lentamente, começa a ser testado em rodovias no Brasil

Por: Altair Santos

Em 2007, o colapso de uma ponte em Minneapolis, que resultou em 13 mortes e 145 feridos, levou o Federal Highway Administratiom (FHWA) a investigar patologias em todas as obras de arte dos Estados Unidos. O organismo, que equivale ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) no Brasil, detectou que 75 mil, das 600 mil pontes e viadutos no país, estavam em risco. O plano de recuperação das estruturas mais comprometidas veio de uma tecnologia que já estava amadurecendo na Florida International University (FIU): o sistema ABC (Accelerated Bridges Construction).

Júlio Timermann, no Summit Congress da Road Expo: em 90% das pontes das rodovias brasileiras é possível adotar esta tecnologia

A inovação não reabilita construções, mas as substitui por um processo de industrialização baseado em estruturas pré-fabricadas e pré-moldadas.  “Além de gerar menos transtornos, pois a recuperação de uma obra pode levar até cinco meses, o sistema é mais simples. Utiliza soluções modulares pré-fabricadas e pré-moldadas, substituindo o tabuleiro e as obras de arte. É mais econômico e mais rápido do que recuperar estruturas antigas”, diz o presidente em exercício do Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto) Júlio Timermann, em palestra no seminário Projeto, Construção, Sistemas Construtivos e Manutenção de Obras de Infraestrutura viária e mobilidade urbana, promovido pelo instituto em parceria com a Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada) durante a Brazil Road Expo 2014.

Nos Estados Unidos, o Accelerated Bridges Construction (veja vídeos ao final da reportagem) tem conseguido viabilizar novas pontes e viadutos em até 15 dias. “Há um forte investimento em planejamento, materiais e métodos inovadores industrializados e modulares que permitem cumprir esses prazos. Eles têm implementado uma obra completa em 15 dias”, confirma Timermann. O presidente em exercício do Ibracon conta que as empreiteiras norte-americanas instalam o canteiro de obras ao lado da estrutura a ser substituída e garantem um empreendimento com menor impacto ambiental e maior sustentabilidade. “Além disso, é uma obra que aumenta a segurança do trabalhador”, completa.

Padronização

Sistema ABC: industrialização substitui reforma de pontes por peças pré-moldadas e pré-fabricadas

Transportando para o Brasil, ainda há poucas iniciativas com o sistema ABC. A primeira foi realizada pela concessionária Arteris na rodovia dos Tamoios, em São Paulo. A CCR também já estuda a tecnologia. Para Timmermann, a maioria das obras de arte existentes nas rodovias brasileiras pode ter acesso à inovação, pois tem tabuleiros inferiores a 50 metros e estão em áreas secas ou sobre rios com curso d’água que não atrapalha a operação de equipamentos. Para ele, o importante é que o Dnit intervenha para criar um modelo único. O sistema ABC, chegando ao Brasil, precisa de uma padronização de pilares, travessas e lajes de aproximação”, alerta.

No sistema ABC, enquanto se está cravando as estacas fabrica-se as longarinas no canteiro de obras. Já o tabuleiro vem pronto. “As estruturas trabalham solidarizadas e atuam como se fosse uma obra monolítica”, afirma. Para disseminar e padronizar a tecnologia nos Estados Unidos, o FHWA tem investido em palestras, seminários e treinamento.

Veja vídeos sobre o Accelerated Bridges Construction

Entrevistado
Engenheiro civil Júlio Timermann, presidente em exercício do Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto) e diretor-geral da Engeti Consultoria e Engenharia SS Ltda
Contato: projetos@engeti.eng.br

Créditos Fotos: Divulgação/FHWA/Cia. Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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