Iniciativa surgiu no Rio de Janeiro e pode se propagar por todo o país. Preocupação é adequar mão de obra às inovações do setor
Por: Altair Santos
A demanda por mão de obra na construção civil levou o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) a lançar um projeto exclusivo para o setor. Desde o começo do segundo semestre de 2012, entrou em funcionamento, na zona portuária do Rio de Janeiro, a primeira escola voltada exclusivamente para a qualificação de jovens que queiram atuar profissionalmente em canteiros de obras.
A nova unidade é um projeto-piloto que, se bem sucedido, pode ser estendido para outros estados. Com seis laboratórios-oficinas, que ocupam uma área de dois mil metros quadrados, a escola do SENAI tem capacidade de atender 2.500 estudantes por ano. Os cursos oferecidos são os seguintes: pedreiro de alvenaria, pedreiro de alvenaria estrutural, pedreiro de revestimento em argamassa, aplicador de revestimento cerâmico, pedreiro de concreto, armador de ferro, carpinteiro de obras, pintor predial e montador de divisória em drywall.
Além do apoio da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) a escola também conta com as parcerias do SindusCon-RJ, da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) e da Bloco Brasil (Associação Brasileira da Indústria de Bloco de Concreto). “Essas parcerias reforçam a qualidades dos cursos, pois permitem aos alunos assistir palestras ministradas por entidades técnicas, fabricantes e construtoras no decorrer do curso”, explica o supervisor técnico de construção civil do SENAI-RJ, Roberto da Cunha.
Uma das preocupações do SENAI ao lançar a nova escola foi equipá-la adequadamente para que ela possa formar profissionais conectados com as tecnologias atualmente aplicadas na construção civil. “A necessidade de produção em escala obriga o setor a investir em mecanização e industrialização, bem como em gestão, projeto, planejamento e logística. O SENAI acompanha essa necessidade da indústria em seus programas de qualificação profissional”, ressalta Roberto Cunha.
Mesmo com capacidade de formar 2.500 novos profissionais por ano, a escola do SENAI servirá apenas como paliativo para a demanda de mão de obra na construção civil do Rio de Janeiro. Estima-se que, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (CAGED) nos próximos dois anos o mercado formal no estado vai precisar de 3.900 trabalhadores por mês.
Além de eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas, a indústria da construção civil do Rio de Janeiro também será desafiada a atender atividades econômicas como petróleo e gás, saneamento básico, mercado imobiliário e infraestrutura. “Na escola, vamos procurar formar novos profissionais para atender todos esses segmentos”, afirma o supervisor técnico de construção civil do SENAI-RJ.
Entrevistado
Roberto da Cunha, supervisor técnico de construção civil do SENAI-RJ
Currículo
Graduado em engenharia civil, com mestrado em arquitetura e urbanismo
Contato: rcunha@firjan.org.br / imprensa@firjan.org.br
Créditos foto: Antônio Batalha/Firjan