Já é consenso entre os que analisam dados econômicos: se não houver investimento em infraestrutura, o PIB do país seguirá tímido. Em 2018, repetindo 2017, a soma de tudo o que o país produziu representou um crescimento de apenas 1,1%. Dados da CBIC mostram que, caso as 4,7 mil obras públicas que estão paradas fossem retomadas, o país adicionaria 1,8% ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 e conseguiria gerar 1 milhão de empregos. No entanto, ocorreu o contrário: o PIB da construção civil amargou mais um número negativo em 2018, registrando -2,5%.
Por isso, em 2019, foi criada a Coalizão pela Construção. A frente empresarial reúne vários organismos ligados à cadeia produtiva do setor. O objetivo é mostrar para o governo que a construção civil é a porta de saída para a crise. “Temos um governo que quer acertar e vamos levar propostas comuns para recuperar a construção”, comenta José Carlos Martins, presidente da CBIC, que está à frente da Coalizão pela Construção. O grupo espera consolidar propostas para apresentar ao governo na 91ª edição do ENIC (Encontro Nacional da Indústria da Construção), que acontece de 15 a 17 de maio, no Rio de Janeiro-RJ.
O setor entende que tem condições de criar 1 milhão de empregos formais a curto prazo no país. Atualmente, a construção civil é responsável pelo emprego de quase 2 milhões de trabalhadores que atuam diretamente em canteiros de obras. Se considerar toda a cadeia produtiva, os números crescem para 6,5 milhões, de acordo com dados da Amostra de Domicílios Contínua trimestral (PNADC), do IBGE. Esses números chegaram a quase 9 milhões antes da crise, dos quais 3,4 milhões trabalhavam diretamente em atividades nos canteiros de obras. “Do ponto de vista estratégico, é o momento de fomentar o emprego. O governo sabe que o nosso setor é porta de saída da crise”, avaliou Cláudio Conz, presidente da Anamaco.
Setor apresenta ao governo e ao Congresso Nacional o projeto “Construção: 1 Milhão de Empregos Já!”
Recentemente, a frente Coalizão pela Construção teve seu primeiro contato com o ministro da economia, Paulo Guedes, para o qual entregou o documento “Construção: 1 Milhão de Empregos Já!”. Nele, há um conjunto de medidas para reativar o potencial de geração de empregos do setor. O documento também foi entregue a um grupo de parlamentares. Entre os temas tratados, estão:
- Reforma da Previdência
- Reforma tributária
- Segurança jurídica
- FGTS
- Lei de Licitações
- Licenciamento ambiental
- Áreas contaminadas
- Critérios para a paralisação de obras
- Lei-geral das empresas de pequeno porte
- Saneamento básico
- Lei de desapropriações
- Securitização de ativos
- Garantia da obra pelo construtor (solidez e segurança das edificações)
- Alienação fiduciária
- Prorrogação do Regime Especial Tributário (RET) para obras do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV)
- Redução da burocracia e custos cartoriais
- Critérios ambientais e de sustentabilidade nas edificações
O documento ainda propõe uma agenda estratégica para a indústria da construção, focada em valorização da engenharia e absorção de inovações e novas tecnologias. “É o momento de fazermos um trabalho conjunto e levar projetos”, destaca Sérgio Marques Assumpção, vice-presidente do SINAENCO. “A indústria da construção precisa quebrar paradigmas e tornar-se um setor reconhecido pela tecnologia”, completa Íria Lúcia Oliva Doniak, presidente-executiva da ABCIC.
Veja a fala do presidente da CBIC sobre potencial da construção civil de gerar empregos (entre 2h07min e 2h22min do vídeo)
Entrevistado
Reportagem com base no evento que apresentou o projeto “Construção: 1 Milhão de Empregos Já!”, no dia 13 de fevereiro de 2019, em Brasília-DF
Contato: comunica@cbic.org.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330