A pandemia impôs uma profunda transformação na relação das pessoas com espaços físicos, moradias e consumo. O forçado período de confinamento valorizou a decoração, a promoção do bem-estar, os espaços multifuncionais, a integração com a natureza e os cuidados com a boa alimentação e o meio ambiente. Isso se reflete na forma de construir, nos projetos arquitetônicos e influencia também o mercado imobiliário em 2021, segundo estudo recentemente divulgado pelo SEBRAE Inteligência Setorial.
Tudo o que se refere a ambiente construído ganhou protagonismo em tempos de confinamento e distanciamento social. A ferramenta Think With Google – área dedicada a acompanhar e reportar comportamentos de busca dos consumidores e gerar insights para empresas – detectou que o termo “mercado imobiliário” se destaca em todo o mundo. Nesse período de pandemia, as principais buscas relacionadas à construção e à arquitetura são “imóveis à venda”, “reformas de ambientes”, “mobílias”, “revisão da decoração” e “criação de home offices”.
Segundo os analistas, tais transformações são decorrência da permanência prolongada do indivíduo dentro da própria residência. “A tendência confirma as previsões dos principais players de pesquisa de comportamento e consumo do mundo, além de demonstrar as oportunidades existentes no setor de arquitetura, construção e design”, diz o boletim do SEBRAE Inteligência Setorial, intitulado “Tendências da arquitetura, construção e design para 2021”.
O relatório mostra que a pandemia mudou o conceito de morar. “As casas agora são o lugar onde vivemos, trabalhamos e nos divertimos; o lar de todas as nossas atividades. Por isso, precisarão ser ambientes superflexíveis, conjugados e multifuncionais”, define o boletim, que aponta também a paleta de cores para 2021. A aposta é em tons mais calmos e mais naturais, sugerindo a influência de texturas similares às encontradas na natureza.
No campo da decoração de interiores, destacam-se os móveis planejados, para otimizar espaços; as luminárias, para passar maior sensação de conforto; os vasos, os espelhos e os porta-retratos. “A valorização de imagens importantes para os moradores da casa deve se destacar na decoração”, sugere o boletim.
Conforto, conveniência e sustentabilidade se tornaram palavras-chaves
Sob o ponto de vista de projeto arquitetônico, a análise cita que a tendência é que se destaquem os ambientes conjugados para sala e cozinha, enquanto o home office vai exigir privacidade. A casa também deverá ter um espaço para entretenimento e a preocupação com ambientes saudáveis, a fim de evitar contaminações. “A construção deve ser sustentável e não pode dispensar o uso da tecnologia e da IoT (Internet das Coisas)”, alerta o boletim.
Equipamentos que regulam a intensidade de luz artificial e de luz natural, bem como o aproveitamento de energia solar e da água da chuva, além de projetos que valorizam a ventilação e a insolação natural não são mais detalhes em uma casa. Conforto, conveniência e sustentabilidade são palavras-chaves nesse período de pandemia e tendem a continuar como referência para a arquitetura no pós-pandemia.
Acesse a íntegra do boletim “Tendências da arquitetura, construção e design para 2021”
Entrevistado
Reportagem com base no conteúdo do boletim “Tendências da arquitetura, construção e design para 2021”, elaborado pelo SEBRAE Inteligência Setorial