Projetos mais exigentes alavancam concreto dosado em central

31 de agosto de 2016

Projetos mais exigentes alavancam concreto dosado em central

Projetos mais exigentes alavancam concreto dosado em central 1000 563 Cimento Itambé

Construtoras seguem tendências e querem materiais com maior durabilidade e mais resistência, seja em obras de infraestrutura ou edificações

Por: Altair Santos

Projetos mais exigentes, assim como normas técnicas mais detalhistas, além de novos sistemas construtivos, como o de paredes de concreto, por exemplo, têm estimulado o mercado de concreto dosado em central no Brasil. Entre 2005 e 2012, esse setor saiu de 13% para 20,7% do consumo total de cimento no país. Com a crise econômica, o volume reduziu para 19%, mas o viés é de alta, como constata recente pesquisa da E8 Inteligência – consultoria voltada para coletar informações da construção civil.

Glecia-Vieira

Glécia Vieira, da ABCP: novas tendências são mais exigentes com mercado de concreto

Durante a 10ª edição da Concrete Show, a engenheira civil Glécia Vieira, coordenadora nacional da Comunidade da Construção, mostrou que o mercado de concreto dosado em central no Brasil ainda é dominado pelas chamadas “pequenas concreteiras”, que produzem até 100 mil m3 do material por ano. Estas empresas respondem por até 54% do que é consumido pelas obras que utilizam concreto dosado em central no país. As médias concreteiras (produção de até 500 mil m3 por ano) respondem por 31% e as grandes concreteiras (acima de 500 mil m3 por ano) ocupam 15% do mercado.

Segundo dados levantados pela E8 Inteligência, a produção de concreto dosado em central com 25 MPa a 30 MPa predomina tanto em pequenas quanto em médias e grandes concreteiras. Mas o mercado está mudando. “A tendência aponta que as construtoras têm buscado um concreto com maior durabilidade, menos sujeito a fissurações, principalmente nas obras de infraestrutura”, aponta Glécia Vieira. Já o mercado voltado para a construção de edificações tem solicitado um concreto mais fluido (autoadensável), com menor consumo de água e maior controle de qualidade.

Paredes de concreto e pavimento rígido
A pesquisa apontou que o controle tecnológico do concreto dosado em central não é uma virtude entre as pequenas concreteiras. Apenas 30% delas o fazem, e mesmo assim terceirizam o serviço, ou seja, contratam laboratoristas prestadores de serviço. Por outro lado, 67% das concreteiras médias fazem esse controle, enquanto as concreteiras grandes não só fazem 100% do controle tecnológico do material que produzem como têm laboratórios próprios.

Pavimento de concreto: um segmento que tende a aumentar o volume de concreto dosado em central no Brasil

Pavimento de concreto: um segmento que tende a aumentar o volume de concreto dosado em central no Brasil

Outra tendência verificada pelo estudo da E8 Inteligência é o crescimento do uso do concreto dosado em central nas chamadas autoconstruções, que são as obras particulares. Esse avanço se deve à urbanização das concreteiras e ao aprimoramento de equipamentos, como caminhões-betoneiras e bombas. A pesquisa aponta ainda que o mercado para o concreto dosado em central tende a crescer significativamente nos próximos 15 anos. Por dois motivos: os investimentos feitos pelas concreteiras entre 2005 e 2012 e as novas tecnologias construtivas. No caso dos empreendimentos imobiliários, as paredes de concreto moldadas in loco são uma aposta para o crescimento do concreto dosado em central.

Quanto às obras de infraestrutura, a expectativa é que o crescimento de projetos rodoviários que utilizem pavimento rígido alavanque o consumo de concreto dosado em central. “A infraestrutura, principalmente a rodoviária, apresenta perspectivas enormes para o crescimento do concreto no país. Atualmente, o Brasil possui apenas 7 mil de 203 mil quilômetros de rodovias pavimentadas com concreto, ou seja, 4%. Temos muito a evoluir, pois o material é durável, exige baixa manutenção e reduz o impacto ambiental”, avalia Ricardo Moschetti, gerente do escritório regional da ABCP, em São Paulo, durante o Concrete Show.

Entrevistados
Engenheira civil Glécia Vieira
, coordenadora nacional da Comunidade da Construção
Engenheiro civil Ricardo Moschetti, gerente do escritório regional da ABCP, em São Paulo

Contatos
glecia.vieira@abcp.org.br
www.comunidadedaconstrucao.com.br
ricardo.moschetti@abcp.org.br

Crédito Fotos: Divulgação/Cia. Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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