Incêndio desperta para protocolos em obras hospitalares

Necessidade de melhorar a segurança em unidades de saúde leva a ABNT a publicar NBR 16651:2019
25 de setembro de 2019

Incêndio desperta para protocolos em obras hospitalares

Incêndio desperta para protocolos em obras hospitalares 1024 685 Cimento Itambé
Até setembro de 2019 houve 12 incêndios em hospitais. O do Rio de Janeiro-RJ foi o de maiores proporções e causou 14 mortes Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil

Até setembro de 2019 houve 14 incêndios em hospitais. O do Rio de Janeiro-RJ foi o de maiores proporções e causou 14 mortes
Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil

O incêndio que atingiu o Hospital Badim em setembro, no Rio de Janeiro-RJ, ampliou para 14 o número oficial de unidades hospitalares brasileiras danificadas pelo fogo em 2019. Houve acidentes semelhantes, porém de menores proporções, em Salvador-BA, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Maceió-AL, Marília-SP, Fortaleza-CE, Vitória-ES, Ponta Grossa-PR, Petrópolis-RJ, Imperatriz-MA e São Paulo-SP, com duas ocorrências (Instituto do Coração (InCor), em janeiro, e Hospital do Coração (HCor), em julho). O caso do Rio foi o mais trágico e deixou um saldo de 14 mortes.

A necessidade de melhorar a segurança de hospitais contra incêndios levou a ABNT a publicar em maio de 2019 a NBR 16651:2019 – Proteção contra incêndios em estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) – Requisitos. A norma técnica especifica como devem ser rotas de fuga, saídas de emergência e sistemas de compartimentação, para impedir que o fogo se alastre entre outros pontos dos prédios hospitalares. Elaborada pelo Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio (ABNT/CB-024), a NBR 16651:2019, além de estabelecer os requisitos de proteção contra incêndios, também orienta sobre projetos de construção e reformas das edificações definidas como estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS).

Além disso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também tem um conjunto de normas de segurança contra incêndio, em vigor desde 2014. Entre elas, a de que organismos de fiscalização e controle da saúde tenham engenheiros civis e arquitetos para acompanhar demandas relacionadas a projetos, instalações, fiscalização de obras e serviços, equipamentos médicos e manutenção predial em hospitais, clínicas e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). Da mesma forma, organismos de engenharia civil e de arquitetura – Confea/CREA e CAU – realçam a necessidade de se cumprir os protocolos para esse tipo de obra, cujos projetos devem ter especificações muito particulares.  

Arquitetura e engenharia civil especializadas em obra hospitalar não param de evoluir

Do projeto estrutural ao projeto arquitetônico, obras hospitalares estão entre as mais intrínsecas. Pilares, vigas e lajes devem ser projetadas para suportar sobrepeso, pois a edificação vai receber equipamentos complexos e pesados. A acessibilidade também deve ser prioridade, com rampas, portas e corredores largos, além de elevadores amplos e entradas exclusivas para vários setores do hospital, como as áreas de emergência e prontos-socorros. Há também a complexidade que envolve as instalações hidráulicas, elétricas, de ar-condicionado e de TI (Tecnologia da Informação) de um empreendimento hospitalar.

No quesito segurança contra incêndio, a arquitetura e a engenharia civil especializadas neste tipo de obra mostram que os projetos mais modernos estão optando pela chamada “compartimentação horizontal”, ou seja, cada andar possui portas corta-fogo estrategicamente instaladas e capazes de isolar rapidamente uma área incendiada, a fim de dar tempo para que pacientes e funcionários sejam retirados do prédio ou deslocados para outros setores seguros do hospital. Materiais anti-chama, como pisos vinílicos, paredes com revestimentos especiais e bem sinalizadas também estão entre as exigências para que empreendimentos desta natureza cumpram as normas técnicas da ABNT e as diretrizes da Anvisa. 

Acesse o manual “Segurança contra Incêndio em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde”

Manual de Seguranca (.pdf)

Entrevistado
Confea/CREA, CAU e Anvisa (via assessoria de imprensa)

Contatos
gco@confea.org.br 
atendimento@caubr.gov.br
imprensa@anvisa.gov.br 

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

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