Atualmente, 13 obras englobadas pelo programa federal estão sob os cuidados das Organizações Militares de Engenharia de Construção
Por: Altair Santos
Apesar de lento na maioria de seus projetos, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) avança em algumas frentes. Especificamente em 13, onde o Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército Brasileiro se faz presente. O organismo é estratégico para a infraestrutura nacional. Com seus 109 engenheiros – a maioria graduada pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) – o DEC comanda atualmente a gestão das seguintes obras do PAC:
– Aeroporto Internacional de Natal-RN
– BR-135, no Piauí
– Lote 6 da BR-101, em Pernambuco (pavimento de concreto)
– Lote 2 da BR 101, em Sergipe (pavimento de concreto)
– Aeroporto de Caravelas, na Bahia
– BR-418
– Transposição do Rio São Francisco, na Bahia
– Aeroporto de Rio Branco, no Acre
– Lote 5 da BR-319, no Amazonas
– Lote 3 da BR-163, no Pará
– Obras de saneamento no Mato Grosso
– Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo
– Ferrovia do Frango, em Santa Catarina
Para viabilizar obras em todo o país, o DEC coordena organizações militares de engenharia estrategicamente posicionadas nas regiões amazônica, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul. Graças a essa logística, e aos chamados termos de cooperação (a corporação é proibida por lei de participar de processos licitatórios) o Exército já viabilizou 55.408 quilômetros de rodovias, mais de 7 mil quilômetros de ferrovias, 58 empreendimentos aeroportuários e mais de 33 mil edificações, como casas, quartéis, hospitais e escolas, além de 13 mil obras complementares (campos de futebol, piscinas e quadras) que somam mais de 12 milhões de m².

Construção de ponte na Cuiabá-Santarém (BR-163): Exército presente na reforma da infraestrutura nacional.
A base da equipe técnica do Exército é formada no IME, mas também atua nos projetos uma parcela de militares temporários, formados em engenharia civil, que são selecionados periodicamente para complementar as necessidades de recursos humanos. Quanto à mão de obra operário, ela tem três origens:
1) Soldados que incorporam anualmente, e que além de aprenderem aspectos comuns da profissão militar também são capacitados para darem os primeiros passos em direção a uma qualificação profissional, dentre as quais estão àquelas afins às obras de engenharia.
2) Servidores civis do Exército.
3) Especialistas civis da construção civil, selecionados pelo Exército para atuarem como mão de obra temporária.
De forma similar ao pessoal, a maioria dos equipamentos empregados nas obras é do próprio Exército. Eventualmente, equipes de trabalho podem ser complementadas por meios locados. Em casos excepcionais, ocorre a contratação de serviços secundários no contexto dos projetos a serem executados. Para viabilizar os projetos, o Exército dispõe do 1º Grupamento de Engenharia, com sede em João Pessoa-PB; do 2º Grupamento de Engenharia, com sede em Manaus-AM, e do 3º Grupamento de Engenharia, com sede em Campo Grande-MS. Juntos, eles coordenam 12 batalhões de engenharia envolvidos em obras.
O DEC estabelece as diretrizes estratégicas de engenharia e construção, as quais são normatizadas pelas suas quatro diretorias: Projetos, Obras de Cooperação, Obras Militares e Meio Ambiente e Patrimônio. Já a execução direta dos trabalhos é designada aos batalhões e companhias de engenharia, sob a coordenação dos grupamentos de engenharia. Assim, toda obra é precedida de um estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental. O dinheiro que as construções geram retorna em forma de capacitação dos profissionais de engenharia e modernização dos equipamentos do Exército, que não para de executar obras nem no dia em que se comemora a engenharia militar: 10 de abril.
Entrevistado
Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército Brasileiro, com a colaboração do tenente-coronel Almeida
Contato: dec@dec.eb.mil.br
Créditos fotos: divulgação