Por causa da NBR 15575 – norma de desempenho -, que exige novos parâmetros termoacústicos, cresce emprego do material em lajes de obras
Por: Altair Santos
Prevista para ser publicada ainda em março de 2013, a NBR 15575 – norma de desempenho -, tem entre seus novos parâmetros a competência termoacústica de paredes e lajes. No entender de especialistas, essa exigência pode consagrar alguns sistemas construtivos, entre eles o de lajes nervuradas com EPS (poliestireno expandido) popularmente conhecido como isopor. Para o projetista estrutural e professor da Univale-MG, Rodrigo Carvalho, o EPS é qualificado como o material mais barato e eficiente para a aplicação em lajes que devam cumprir desempenho termoacústico. “Sua fixação é fácil e se obtém o isolamento desejado com espessuras bem delgadas”, assegura.

Rodrigo Rocha Carvalho, especialista em estruturas de concreto: uso de laje com EPS depende do projeto e do custo-benefício.
O especialista, no entanto, alerta que a opção pelo EPS como elemento componente de lajes nervuradas vai sempre depender das condições de cada projeto e, logicamente, do custo-benefício. “O uso da laje nervurada é indicado, estruturalmente, quando é preciso combinar cargas com vãos maiores. Nesta situação, a laje com EPS será a solução técnica e econômica mais indicada”, completa o engenheiro civil. Ainda de acordo com Rodrigo Carvalho, é importante frisar que o EPS é usado apenas como material inerte. “Sua função é formar os vazios e as nervuras da laje nervurada. Ele não tem função estrutural”, ressalta.
O uso de lajes nervuradas com blocos de EPS torna possível vencer vãos da ordem de 5 a 7 metros, com consumo inferior de material ao das lajes maciças. Atualmente, algumas construtoras que projetam prédios com plantas flexíveis têm optado pelas lajes nervuradas com EPS. As principais vantagens relacionadas são as seguintes:
- Maior possibilidade de flexibilização de espaços internos.
- Economia nas formas das lajes.
- Redução da mão de obra com armaduras.
- Melhor distribuição de esforços entre lajes e vigas.
No caso de prédios residenciais, a aplicação desta tecnologia se dá principalmente na construção de edifícios com apartamentos que tenham áreas de até 70 m². Neste caso, a laje nervurada com EPS permite que eles sejam montados sobre uma única estrutura com 20 cm de espessura, facilitando a flexibilidade da planta, haja vista que a construção exige um número menor de vigas.
Além disso, revela Rodrigo Carvalho, é possível usar concreto com EPS também em construções pré-fabricadas e nos seguintes tipos de obras:
Regularização de lajes em geral
– Inclinação para escoamento
Painéis para fechamento
– Prédios, casas pré-fabricadas e galpões
Elementos pré-fabricados
– Lajotas e blocos vazados
– Placas para muros
– Elementos vazados
– Elementos decorativos para fachadas e jardins
Pavimentos
– Calçadas
– Regularização de áreas diversas
– Painéis para fechamento de galerias
A aplicabilidade do EPS não se restringe às lajes nervuradas. Com o material pode se produzir o concreto leve, que recebe pérolas pré-expandidas ou flocos de isopor reciclado no lugar de brita. A mistura proporciona um concreto de baixa densidade aparente, que varia de 700 a 1.600 kg/m³, enquanto a do concreto convencional, com brita, é da ordem de 2.400 kg/m³. O produto serve para a fabricação de lajotas, blocos vazados, pilares para muros, bancos para ambientes externos e quadras de esporte.
Entrevistado
Rodrigo Carvalho, projetista estrutural e professor da Univale-MG
Currículo
– Rodrigo Carvalho é graduado em engenharia pela Univale (Universidade Vale do Rio Doce) em 1994, com especialidade em engenharia de estruturas pela UFMG (1995)
– É professor do curso de engenharia civil na Univale, onde ministra as disciplinas: estruturas de concreto armado, patologia, reforço e recuperação das estruturas
– Atua também como projetista estrutural e é proprietário da Rodrigo Carvalho Engenharia de Estruturas.
Contato: rodrigorochacarvalho@yahoo.com.br
Créditos fotos: Divulgação