Retomar crescimento passa por habitação e infraestrutura

Estudo da FGV, encomendado pela ABRAMAT, sugere que país precisa investir o equivalente a 6% do PIB em obras para sair da inércia

Estudo da FGV, encomendado pela ABRAMAT, sugere que país precisa investir o equivalente a 6% do PIB em obras para sair da inércia

Por: Altair Santos

Qual o futuro da cadeia produtiva da construção civil brasileira diante do atual cenário econômico? A fim de obter resposta para essa pergunta, a ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais da Construção) encomendou um estudo para a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Mais especificamente para a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV. Ela fez uma análise conjuntural para concluir que, entre as portas de saída da crise, está a construção civil. Mas o modelo de crescimento do setor, desta vez, deve ser outro.

Ana Maria Castelo: desaceleração da construção civil começou em 2010, mas ninguém percebeu
Ana Maria Castelo: desaceleração da construção civil começou em 2010, mas ninguém percebeu

Em seu estudo, a economista detecta elementos que fizeram com que a construção civil entrasse em queda livre depois de ver seu PIB crescer 42% entre 2007 e 2013, enquanto o PIB do país crescia 22% no mesmo período. “Ignoramos alguns indícios que já se manifestavam em 2010, sinalizando que o processo não seria sustentável”, diz. Entre os indícios estão também equívocos do setor, como não ter induzido o governo a adotar regras claras e transparentes dos marcos regulatórios para atrair investimentos. Outro erro foi não ter trabalhado para obter a simplificação tributária em vez das desonerações temporárias.

O crescimento ancorado na incorporação da mão de obra farta, barata, porém desqualificada, foi outra estratégia pouco assertiva da construção civil no período de 2007 a 2014. “Isso desencadeia lições que, para um novo movimento em direção ao crescimento, devem ser aprendidas pelo setor. Entre elas, está a necessidade de melhorar processos, investir em tecnologia, produtividade e industrialização”, discorre Ana Maria Castelo, dizendo que o momento é de usar esses ensinamentos para voltar a crescer, mas desta vez de forma sustentável.

Saída é atrair investidor estrangeiro
Ainda de acordo com a economista, as obras de infraestrutura e o setor habitacional são estratégicos para a construção civil sair da inércia. Para isso, ela analisa que é hora de atrair o capital estrangeiro. “O investidor externo tem percepção de que o Brasil é atrativo. Mas é preciso garantir um ambiente de confiança para atraí-lo. Hoje, principalmente por causa da situação política, isso não existe. Mas é possível reverter. Afinal, os ativos brasileiros estão baratos e, para eles (investidores estrangeiros), seria a hora certa para comprar”, diz. Segundo o estudo da FGV, para recuperar o tempo perdido, o Brasil precisa investir anualmente o equivalente a 6% do PIB em infraestrutura. Isso em uma projeção até 2024.

Dentro do mercado habitacional, é a demanda futura quem exige que programas como o Minha Casa Minha Vida não sejam descontinuados. “Até 2024 teremos mais 16 milhões de famílias em busca da casa própria. Essa demanda estará fortemente concentrada no segmento de menor poder aquisitivo e é preciso atendê-la”, finaliza Ana Maria Castelo.

Entrevistada
Economista Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV (Fundação Getúlio Vargas)
Contato: abramat@abramat.org.br

Crédito foto: Divulgação/ABRAMAT

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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