Construção civil se une para obter garantias do governo

Medidas pretendem minimizar impactos no fluxo de obras, no comércio de materiais e nas linhas de financiamento
1 de abril de 2020

Construção civil se une para obter garantias do governo

Construção civil se une para obter garantias do governo 1024 682 Cimento Itambé
Apesar do número reduzido de trabalhadores, canteiros de obras não paralisaram atividades por causa da pandemia. Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

Apesar do número reduzido de trabalhadores, canteiros de obras não paralisaram atividades por causa da pandemia.
Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

Os efeitos da pandemia de Coronavírus na economia brasileira mobilizam os organismos ligados à construção civil. O objetivo é minimizar os impactos com medidas que permitam ao setor seguir com a produção, mantendo as linhas de crédito e sem paralisar o fluxo de obras e o comércio de materiais de construção. Sensíveis aos apelos, o governo federal e os governos estaduais sinalizam que a construção civil terá atenção especial. Entre as decisões já tomadas estão a redução das taxas de juros e a prorrogação de pagamentos por parte da Caixa Econômica Federal. 

Essas medidas, ligadas à atuação da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) em Brasília, são as seguintes:
Micro e pequenas empresas com faturamento anual entre 360 mil reais e 10 milhões de reais poderão buscar junto à Caixa nova linha de crédito para colocar a sua folha de pagamento em dia. O financiamento poderá ser pago em 36 meses, com taxa de juros de 3,75% ao ano.
A empresa que tomar o financiamento não poderá demitir por 2 meses os empregados com salários financiados.
– Carência de até 90 dias nas operações parceladas de capital de giro e renegociação, para micro e pequenas empresas.
Linhas de crédito especiais, com até 6 meses de carência, para empresas que atuam nos setores de comércio e prestação de serviços.
– Linhas de aquisição de máquinas e equipamentos com taxas reduzidas e até 60 meses para pagamento.
– Contratos habitacionais de pessoa física ganham pausa estendida de 90 dias (3 prestações).
– Empresas também poderão solicitar pausa estendida de 90 dias em seus contratos habitacionais

Já a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) mobilizam a Frente Parlamentar em Defesa do Comércio de Materiais de Construção – composta por 202 deputados – para reverter decretos que determinaram o fechamento de estabelecimentos comerciais ligados ao setor. 

A justificativa é que as lojas de material de construção vendem produtos para reparos, manutenção, limpeza, higienização e assepsia do lar, e que são importantes para preservar a saúde da população. Além disso, a atuação do setor impediu ainda que boa parte dos estados não proibisse que canteiros de obras seguissem ativos, desde que respeitando as orientações para prevenir a doença e fazendo com que os trabalhadores usem EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual).

Abramat e Anamaco trabalham pela defesa de quase 2 milhões de empregos

O presidente da Abramat, Rodrigo Navarro, afirma que está buscando sinergia com outros setores da economia, a fim de apresentar propostas que ajudem a manter o mercado de materiais de construção ativo. “É hora de trabalharmos em conjunto para, de forma criativa e proativa, chegar a respostas efetivas para esse momento. Os focos do setor estão muito claros. Em primeiro lugar, prezar pela saúde das pessoas. Na sequência, o setor trabalha arduamente, em várias frentes, para preservar caixa e condição de solvência para efetuar os pagamentos, levando assim à manutenção dos empregos“, comenta.

 A indústria de materiais de construção é responsável pelo emprego de cerca de 620.000 pessoas, segundo dados da Abramat. Já o comércio varejista de materiais de construção envolve 140 mil lojas em todo o país e emprega mais de 1 milhão de trabalhadores. Por isso, Daniele Alonso, diretora de relações institucionais da Anamaco, diz estar confiante que os governos estaduais vão passar a tratar o setor como primordial e permitir que ele reabra as portas. “O que queremos é que haja uma uniformização quanto à classificação do segmento de material de construção como sendo de produtos essenciais”, diz. 

Em contrapartida, o setor varejista de material de construção se compromete a adotar horários reduzidos de abertura ao público, reforçar os modelos de entrega domiciliar e atender as exigências sanitárias de combate à Covid-19 dentro das lojas.

Veja o compromisso da Anamaco no combate à Covid-19 dentro das lojas de materiais de construção

Entrevistado
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) e Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) (via assessoria de imprensa)

Contato
ascom@cbic.org.br
abramat@abramat.org.br
www.anamaco.com.br/contato

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

1 de abril de 2020

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