Concreto de última geração atinge 250 anos e 155 MPa

Desde 2012, 498 obras construídas mundo afora já utilizaram material de alta tecnologia, que chega a um volume total de 15 milhões de m3

Desde 2012, 498 obras construídas mundo afora já utilizaram material de alta tecnologia, que chega a um volume total de 15 milhões de m3

Por: Altair Santos

Qual é o futuro do concreto? Foi essa a pergunta que o especialista em superestruturas, Andreas Tselebidis, respondeu em sua palestra no Concrete Show 2016. Com doutorado em engenharia civil pela Universidade de Siegen, na Alemanha, o filho de gregos que virou discípulo de Hans Knoefel, conhecido na Europa como o “papa de concreto”, afirmou que as metrópoles do século 21 exigem estruturas altamente resistentes, duráveis e, ao mesmo tempo, sustentáveis.

Andreas Tselebidis citou que, desde 2012, já existem no mundo 498 edificações construídas, ou em construção, que usam concreto de última geração, cuja característica do material é atingir vida útil de até 250 anos e suportar pressões iguais ou superiores a 155 MPa. Esse concreto, com características autoadensáveis, permite construir superedifícios com alturas que ultrapassam 400 metros, e cujos projetos primam por estruturas cada vez mais esbeltas. “A tendência é termos prédios mais altos e mais finos”, estima.

No 432 Park Avenue, projeto exigia concreto branco de alta resistência
No 432 Park Avenue, projeto exigia concreto branco de alta resistência

Um exemplo é o edifício residencial 57th Street, que está em processo de concepção em Nova York. Trata-se do prédio mais fino do mundo, com 18 metros x 18 metros de área e altura de 451 metros. O projeto é do escritório Shop. “Estamos falando de edificações que não têm colunas centrais, que possuem grandes vãos internos, e que investem na otimização do espaço, pois, em sua maioria, são prédios residenciais. Tudo isso é possível por causa dos novos concretos”, assegura Andreas Tselebidis.

O próprio especialista em superestruturas atuou diretamente no projeto do 432 Park Avenue, também em Nova York, e cujos desafios impostos pelos arquitetos eram criar um concreto branco de alta resistência e com baixo consumo de água, já que a edificação se submeteu à mais rigorosa certificação sustentável. Para cumprir as metas, o concreto usou agregados especiais e aditivos. Ao final da obra, foi economizado 1,1 milhão de litros de água. “Já foram usados 15 milhões de m3 de concreto com essas características em construções de superedifícios”, cita Andreas Tselebidis.

Recordes

57th Street: prédio mais fino do mundo, com 18 metros x 18 metros de área construída
57th Street: prédio mais fino do mundo, com 18 metros x 18 metros de área construída

Outra propriedade destes materiais com alta tecnologia é que permitem grandes volumes de bombeamento. O recorde mundial pertence ao Shangai Tower Center, na China, onde 61 mil m3 foram concretados em 60 horas. Outra marca foi a concretagem do aeroporto de Dubai, nos Emirados Árabes, que ocorreu na mais alta temperatura ambiente: 54 °C. “Chegamos a ter 57 caminhões-betoneiras enfileirados, esperando por quatro horas para descarregar o concreto. Foi realizada a operação sem que o material perdesse suas características”, assegura o especialista.

Questionado sobre o cumprimento às normas técnicas, Andreas Tselebidis disse que as especificações do concreto utilizado nas quase 500 obras obedeceram todas as prescrições. “Os concretos que utilizam alta tecnologia não requerem que sejam alteradas as normas. Eles inovam em métodos construtivos, na logística da obra, nos critérios de sustentabilidade e no número de pessoas envolvidas no canteiro”, garante. “Vale destacar que nenhuma obra até agora construída apresentou sinais patológicos. Estamos falando de materiais que, obviamente, custam mais caro, mas são irretocáveis sob o ponto de vista de segurança de suas estruturas”, concluiu.

Shangai Tower: concreto com características específicas permitiu que 63 mil m³ fossem bombeados em 60 horas
Shangai Tower: concreto com características específicas permitiu que 63 mil m³ fossem bombeados em 60 horas

Entrevistado
Andreas Tselebidis, doutor em engenharia civil pela Universidade de Siegen (Alemanha) e diretor de tecnologias do concreto da Basf

Contato
andreas.tselebidis@basf.com

Crédito Fotos: Divulgação/Handel Architects LLP e Shop Architects

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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