Como serão as cidades inteligentes?

Smart City Expo Curitiba 2023 mostrou que tecnologia terá grande papel no planejamento urbano
30 de março de 2023

Como serão as cidades inteligentes?

Como serão as cidades inteligentes? 1024 576 Cimento Itambé
Uso da tecnologia deve ser utilizado como uma ferramenta de aprendizagem e discussão do futuro, com a participação da população.
Crédito: Envato

Durante a Copa do Mundo, o Qatar construiu uma cidade do zero, Lusail. Esse município foi pensado de acordo com conceitos de mobilidade, sustentabilidade e soluções tecnológicas de infraestrutura. Em 2022, a Arábia Saudita anunciou a  construção do prédio The Line, que faz parte da cidade intitulada NEOM e terá energia 100% renovável e 95% de sua área será preservada para a natureza. Em 2020, a Prefeitura de Foz do Iguaçu assinou um decreto que estabelece o Bairro Itaipu A como ambiente que possibilita o teste e experimentação de tecnologias voltadas às Cidades Inteligentes. O que faz uma cidade inteligente

De acordo com a Comissão Europeia, uma cidade inteligente é um lugar onde redes e serviços tradicionais são tornados mais eficientes com o uso de soluções digitais em benefício de seus habitantes e empresas. “Uma cidade inteligente vai além do uso de tecnologias digitais para melhor uso de recursos e emissões reduzidas. Significa redes de transporte urbano mais inteligentes, instalações de abastecimento de água e disposição de resíduos atualizadas e maneiras mais eficientes de iluminar e aquecer edifícios. Também significa uma administração municipal mais interativa e responsiva, espaços públicos mais seguros e atendimento às necessidades de uma população que está envelhecendo”, informa a Comissão.

No Brasil, a Carta Brasileira Cidades Inteligentes, feita pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, declara que cidades inteligentes são aquelas comprometidas com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentáveis, em seus aspectos econômico, ambiental e sociocultural, que atuam de forma planejada, inovadora, inclusiva e em rede, promovem o letramento digital, a governança e a gestão colaborativas e utilizam tecnologias para solucionar problemas concretos, criar oportunidades, oferecer serviços com eficiência, reduzir desigualdades, aumentar a resiliência e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas, garantindo o uso seguro e responsável de dados e das tecnologias da informação e comunicação.

Planejamento urbano

Durante o Smart City Expo Curitiba 2023, um dos temas discutidos foi o planejamento urbano. A futurista premiada Cecilia Tham, que abriu o evento, lembrou que um planejamento urbano projetado com a mais recente ciência de dados há cinco ou dez anos estaria desatualizado hoje. “Isso não significa que os planejadores urbanos devam esperar, mas sim que precisam projetar ‘cidades que aprendem’. Prédios e cidades aprendem quando podem ser facilmente modificados por seus ocupantes. Famílias, empresas, transportes e outros agentes sempre mudarão, mas as cidades precisam ser capazes de se transformar com eles”, declarou Cecilia.

A futurista defende, portanto, o uso da tecnologia como uma ferramenta de aprendizagem e discussão do futuro, com a participação da população. Cecilia acredita que a criação de “gêmeas digitais” (modelagem virtual de algum comportamento ou objeto real) pode ser benéfica. “Elas devem começar por pequenas regiões da cidade e entender seu comportamento e suas possibilidades. Esta tecnologia traz transparência e desempenha um papel importante na modelagem da cidade e previsão do seu futuro”, afirma.

Já o arquiteto e urbanista Washington Fajardo ressaltou durante o Smart City Expo a importância de recuperar e ocupar as áreas centrais dos municípios apoiadas em marcos regulatórios, dados e tecnologias inclusivas. “Temos a tendência de acreditar que um bairro novo, planejado, será melhor para viver em detrimento da área central. Nas Américas, criamos uma visão expansionista sem critérios, que tem um custo elevado e nos obriga a investir e criar todo o suporte de infraestrutura e transporte em cada novo espaço. A setorização das cidades proposta no século 20 esvaziou as áreas centrais e criou uma dinâmica de morar e trabalhar em lugares distintos tendo o carro para se locomover”, destaca.

O arquiteto acredita que com a inteligência artificial, é possível recriar a visão de uma favela. Com isso, haveria a possibilidade de redesenhar novas formas de ocupação e mobilizar as pessoas em prol das melhorias. O seu projeto Favelas 4D foi justamente desenvolvido com o propósito de mapear a Rocinha para identificar construções e ruas ou vielas da região. A partir desse trabalho, foi possível entender no detalhe a estrutura da favela e propor ações mais efetivas.

Fonte
Smart City Expo Curitiba 2023

Contato:
contato@smartcityexpocuritiba.com

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP

30 de março de 2023

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