Nem pedra nem paver: a vez é das calçadas de concreto

Tendência vem dos EUA, onde engenheiros dos departamentos de obras das prefeituras buscam melhores soluções de mobilidade para os pedestres

Tendência vem dos EUA, onde engenheiros dos departamentos de obras das prefeituras buscam melhores soluções de mobilidade para os pedestres

Por: Altair Santos

As calçadas de concreto, montadas sobre armações de ferro, estão voltando a ganhar espaço nas cidades. Não no Brasil, mas nos Estados Unidos. Engenheiros dos departamentos de obras das prefeituras norte-americanas se uniram em um congresso para debater a qualidade das calçadas no país. O resultado é que os passeios construídos em concreto saíram fortalecidos do encontro. Por dois motivos: são mais baratos, desde que construídos com mão de obra qualificada, e duram mais, desde que bem projetados e executados. “O consenso que se criou na reunião entre chefes de departamentos de obras das prefeituras é que economizaríamos muito em manutenção se tivéssemos calçadas de concreto bem construídas”, disse David Earle, gerente de projetos da prefeitura de Tallahassee, na Flórida-EUA.

Calçada de concreto nos Estados Unidos: durabilidade e padronização estimulam projetos
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O que faltava era criar um padrão. Não só sob o aspecto construtivo, mas também para ajustar os projetos a elementos novos das cidades, como normas de mobilidade. “Nosso encontro ocorreu em 2014. Depois dele, levamos um ano para treinar nossa mão de obra e chegar a um consenso sobre métodos construtivos. As primeiras calçadas começaram a ser substituídas no segundo semestre de 2015”, completa Earle. Entre as principais preocupações com o projeto estavam textura do concreto, para que os pedestres não escorregassem; nivelamento, para evitar poças, e um design que funcionasse também como junta de dilatação e reduzisse o risco de o concreto apresentar fissuras ou quebrar em pontos críticos, como rebaixamento de guias.

Selo de qualidade
Para esse trabalho, grupos de arquitetos e engenheiros civis prestaram assessoria. “Lógico que, além das preocupações construtivas, o desafio era criar uma calçada original, atraente e que fizesse a população das cidades se sentir motivada a trocar os passeios antigos pelos novos”, disse David Earle. Outro obstáculo a ser vencido foi a legislação. Algumas prefeituras não tinham regulamentação sobre calçadas, deixando o projeto a cargo do dono do imóvel, enquanto outras possuíam regras mais restritivas. No caso de Tallahassee, a solução foi treinar pequenas empreiteiras e credenciá-las para prestar serviço. Quando o proprietário é notificado para trocar a calçada, ele tem a opção de escolher uma das empresas credenciadas.

Calçadas antigas não tinham padrão e com o tempo apresentavam rachaduras
Calçadas antigas não tinham padrão e com o tempo apresentavam rachaduras

A revitalização de calçadas com concreto armado recebeu o selo de qualidade do Americans with Disabilities Act (ADA). O organismo é voltado para os direitos civis das minorias nos Estados Unidos e é vigilante com relação à mobilidade urbana das cidades para pessoas com problemas de locomoção. Criada em 1990, a ADA tem um código para construção de calçadas, que foi atendido pelos departamentos de obras das prefeituras norte-americanas. Tecnicamente, as calçadas são construídas com 10 centímetros de espessura – podem chegar a 12 centímetros em áreas com guia rebaixada e que recebem o tráfego de veículos. O concreto é dosado em central, assentado sob armadura de ferro, e as juntas de dilatação são colocadas a cada 9 metros – a distância pode ser reduzida em áreas de esquina ou onde a topografia não é plana.

 

Mão de obra foi treinada para seguir o padrão definido pelas prefeituras
Mão de obra foi treinada para seguir o padrão definido pelas prefeituras

Entrevistado
Engenheiro civil David Earle
, gerente de projetos da prefeitura de Tallahassee, na Flórida-EUA

Contato
David.Earle@talgov.com

Crédito Fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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