Até 2022, Brasil precisa de R$ 4,5 trilhões em obras

19 de março de 2015

Até 2022, Brasil precisa de R$ 4,5 trilhões em obras

Até 2022, Brasil precisa de R$ 4,5 trilhões em obras 640 440 Cimento Itambé

Demandas do país para os próximos sete anos foram elencadas no Construbusiness 2015. O fórum também realizou balanço do setor entre 2007 e 2014

Por: Altair Santos

Em sua 11ª edição, o Construbusiness fez um aceno para os governos, principalmente o federal, de que a retomada do crescimento passa, impreterivelmente, pela manutenção de estímulos à cadeia produtiva da construção civil. No relatório do fórum, intitulado de “Antecipando o Futuro”, o Departamento da Indústria da Construção (Deconcic), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mostrou uma projeção de quanto o país precisa investir, até 2022, para manter programas como Minha Casa Minha Vida e PAC, além de implementar novos empreendimentos. Pelos dados do organismo, nos próximos sete anos será necessário um desembolso de R$ 4,5 trilhões, além de um novo modelo de gestão de obras públicas.

Carlos Eduardo Auricchio, diretor do Deconcic: caminhos para que a cadeia da construção civil tenha crescimento sustentável até 2022

Segundo Carlos Eduardo Auricchio, diretor do Deconcic, tanto a nível federal, quanto estadual e municipal, os empreendimentos vinculados à construção civil precisam estar centrados em quatro eixos: gestão, tributação, financiamento e cadeia produtiva. “Só com esses quatro pilares teremos um setor mais competitivo e inovador, e pronto para garantir um fluxo contínuo de obras. Por isso, é necessário planejamento, investimento, previsibilidade e respeito ao meio ambiente. Essas são ações urgentes, que envolvem os governos federal, estaduais e municipais, a fim de que a construção civil brasileira consiga manter o que a move, que é obra rodando”, diz Auricchio.

O diretor do Deconcic elencou os setores em que o país precisa de obras: transporte e logística, saneamento, mobilidade urbana, telecomunicações, energia e habitação. “Com investimentos nestas áreas, a construção civil fará sua parte na economia brasileira, que é participar com 9,8% no PIB nacional, empregar 13% da força de trabalho do país e devolver, para cada real aplicado, R$ 1,38 aos cofres públicos”, afirma, alertando que o ciclo virtuoso iniciado em 2007 se encerrou. “Para iniciarmos um novo ciclo, é preciso antecipar o futuro. Para isso, temos que aproveitar as boas experiências e aprimorar os projetos que deram certo”, completa Carlos Eduardo Auricchio.

 

Paulo Skaf, presidente da Fiesp e da Ciesp: não serão com mais impostos que se farão bem ao Brasil

Agenda positiva
O dirigente aproveitou o Construbusiness para fazer um balanço do setor entre 2007 e 2014. “Neste período, a construção civil aumentou em mais de 20% sua participação no PIB nacional, indo de 7,7% para 9,6%. Saiu de quatro milhões de carteiras assinadas para seis milhões. A média de remuneração no setor foi 11% maior que outros segmentos da economia, o que contribuiu para importantes conquistas sociais. Além disso, ajudou a modernizar os sistemas de financiamento. Em 2007, o setor habitacional era 85% dependente de recursos do FGTS e da poupança. Hoje, a diversificação dos fundos fez esse percentual cair para 49%”, assegura, pintando, no entanto, um cenário diferente para 2015.

De acordo com Carlos Eduardo Auricchio, o setor vive um momento de “crise de confiança” e de “desemprego”. “Construtoras e incorporadoras já fecharam 175 mil vagas. A indústria de materiais de construção eliminou 152 mil empregos e escritórios de engenharia e arquitetura perderam 13 mil postos de trabalho. Temos um portentoso acúmulo de capacidade indutora de crescimento, e precisamos retomar isso”, discursa o diretor do Deconcic, reforçado pelo presidente da Fiesp e da Ciesp, Paulo Skaf. “Não aceitamos que empresas da construção sejam mais oneradas do que já são. Não se pode matar a galinha dos ovos de ouro. Não será com mais impostos que se fará bem ao Brasil”, garante, defendendo que se crie uma agenda positiva para o setor, a partir dos dados apresentados no Construbusiness.

Entrevistados
– Carlos Eduardo Auricchio, diretor do Deconcic (Departamento da Indústria da Construção) da Fiesp
– Paulo Skaf, presidente da Federação e da Confederação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp)
Contato: deconcic@fiesp.com

Créditos Fotos: Divulgação/Fiesp e Cia. Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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