Marrocos inaugura fazenda solar com 1,4 milhão de m²

14 de dezembro de 2016

Marrocos inaugura fazenda solar com 1,4 milhão de m²

Marrocos inaugura fazenda solar com 1,4 milhão de m² 150 150 Cimento Itambé

Com financiamento europeu, país é porta de entrada para transformar África em líder de fornecimento de energia alternativa no mundo

Por: Altair Santos

No sul do Marrocos, onde começa o deserto do Saara, brotou a maior fazenda solar do mundo, com 1,4 milhão de m². Batizada de Noor 1, a área supera o tamanho de 200 campos de futebol juntos. Com insolação durante 330 dias do ano, a construção reúne sete mil espelhos para captar a luz e a transformar em energia. A usina poderá suprir 14% do que é consumido diariamente no Marrocos, com capacidade para gerar 160 MW a cada 7 horas de exposição ao Sol.

O governo marroquino tem a pretensão de, até 2030, abastecer 52% do país com energia solar. Por isso, já estão em construção a Noor 2 e a Noor 3, que devem ficar prontas entre 2018 e 2019. São fazendas solares com capacidade instalada superiores à Noor 1. A fase 2 do projeto vai ocupar área de 680 hectares e poderá gerar 180 MW a cada 7 horas de insolação. Já a etapa 3 ocupará 750 hectares e poderá produzir 200 MW a cada 7 horas de exposição ao Sol.

A tecnologia empregada na planta do complexo Noor é chamada de energia solar concentrada (Concentrating Solar Power), que é mais cara para instalar que os painéis fotovoltaicos amplamente utilizados. Porém, ela permite o armazenamento de energia para o período noturno e para dias nublados. Tubulações de cobre percorrem os espelhos, possibilitando a circulação de água. A 400 °C, a água se transforma em vapor, que movimenta turbinas instaladas no centro da fazenda solar para gerar energia elétrica.

Além disso, cada unidade de espelho conta com baterias cilíndricas de sal concentrado. Quando o sal derrete, por causa do calor, gera uma energia reserva de até três horas, que pode ser utilizada à noite. “Marrocos é pioneiro neste modelo de geração de energia solar”, diz Marie Françoise Marie-Nelly, diretora de tecnologias sustentáveis do Banco Mundial.

Potencial do Saara
A meta do Marrocos é se transformar na maior nação do mundo em produção de energia solar. As três usinas (Noor 1, 2 e 3) terão capacidade instalada para produzir 1.470 GWh por ano. O projeto envolve US$ 9 bilhões e parte dos recursos são financiados pela comunidade europeia. O Reino Unido é o maior interessado e busca fazer o mesmo tipo de investimento em outros países africanos.

O plano é transformar a região do Saara em um grande pólo exportador de energia solar. O deserto tem uma área superior à do Brasil, com 9.065.000 km², e envolve nove países. Além do Marrocos, Argélia, República do Chade, Egito, Líbia, Mali, Mauritânia, Níger, Sudão e Tunísia. “A Europa começa a perceber que a África pode ser seu grande fornecedor de energia num futuro que não está tão distante. Que tal a partir de 2050?”, diz Mustapha Sellam, diretor da Noor 1.

Para Sameh Mobarek, consultor-sênior e gerente de projetos do Banco Mundial, o investimento em fazendas solares na África pode ajudar também a combater a pobreza no continente. “A região onde se encontra o complexo Noor, em Ouarzazate, no Marrocos, conta com uma população de 580 mil pessoas. A taxa de pobreza é de 23%, mas o perfil econômico está mudando. A capacidade de fornecer energia limpa e barata (a US$ 0,18 o quilowatt-hora) já começa a atrair indústrias, principalmente de produção de lâmpadas e equipamentos hospitalares, gerando renda e emprego, além de melhorar a produção agrícola”, afirma.

Entrevistados
Sameh Mobarek, consultor-sênior e gerente de projetos do Banco Mundial (via assessoria de comunicação)
Marie Françoise Marie-Nelly , diretora de tecnologias sustentáveis do Banco Mundial (via assessoria de comunicação)
Mustapha Sellam, diretor da Noor 1 (via assessoria de comunicação)

Contatos
speakersbureau@worldbank.org
masen@contactpresse.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

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