Nos EUA, tecnologia e inovação aderem ao concreto
Engenheiros mostram no Brasil novidades sobre o material, que vão desde a absorção do CO² até o uso da IoT na concretagem
Engenheiros mostram no Brasil novidades sobre o material, que vão desde a absorção do CO2, até o uso da IoT na concretagem
Por: Altair Santos
Novas técnicas de produção de concreto, que já estão em uso no mercado dos Estados Unidos, foram apresentadas dia 8 de junho, em São Paulo-SP, no seminário “Desempenho e novas tecnologias do concreto”. O evento aconteceu dentro do Sobratema Summit 2017, onde os engenheiros Bill Palmer e Rick Yelton mostraram as novidades, que vão desde o aprisionamento de CO2 dentro do concreto até o uso de IoT (Internet das Coisas) para preservar as características do material enquanto ele estiver sendo transportado pelo caminhão-betoneira.
Rick Yelton, que também atua na equipe que anualmente organiza o World of Concrete – maior feira mundial sobre o tema -, explicou que a tendência é a ciência chegar a um concreto que dure eternamente. Para o especialista, a adição de CO2 no material já é um passo nesse sentido. “O gás carbônico que sairia pelas chaminés das fábricas é coletado e introduzido na mistura do concreto, o que resulta em economia de água e em um processo de cura mais eficaz”, diz o engenheiro. Segundo Yelton, essa técnica só é possível com o concreto autoadensável – hoje o líder do mercado nos EUA.
Outra tecnologia relacionada à cura, e que também já é usada na produção de concreto na indústria norte-americana, é a que permite a inserção de elementos semelhantes a microesponjas no material, as quais controlam a liberação de água durante a cura. Conforme o concreto vai endurecendo, ele pressiona as esponjas, que dosam a liberação da água. “A técnica é ecológica, pois faz com que a água seja usada de maneira eficiente, além de tornar o concreto mais resistente e durável”, afirma Yelton. O engenheiro assegura que as microesponjas acabam absorvidas pelo concreto após o período de cura.
Controle por aplicativos
Não é apenas dentro do canteiro de obras que a tecnologia avança. Nos Estados Unidos, o uso de estratégias de telemática para o monitoramento de caminhões-betoneira começa a ser utilizado em larga escala. “Com esse sistema, é possível escolher a melhor rota e prever em quanto tempo o material chegará ao destino. Através de um aplicativo, o cliente ainda pode monitorar o transporte. É o Uber chegando às betoneiras”, brinca Yelton, afirmando que há um sistema ainda mais preciso para manter a qualidade do concreto.
Neste caso, são usadas tecnologias já presentes na Internet das Coisas (IoT). Entre elas, a inserção de microtermômetros nas armaduras que recebem o concreto. Conectados à rede, os sensores emitem sinais a um aplicativo, passando informações sobre a qualidade da cura e se a resistência solicitada em projeto está sendo atingida pelo material. “Essa tecnologia é muito útil para fabricantes de elementos pré-moldados ou pré-fabricados, mas já existem fabricantes de concreto usando a mesma tecnologia dentro das betoneiras para mensurar a qualidade do concreto enquanto ele é transportado”, diz Rick Yelton.
O engenheiro afirma que em cinco anos essas tecnologias já estarão disseminadas no mundo, mas alerta: vêm mais novidades por aí. Entre elas, as indústrias de pré-fabricados de concreto totalmente robotizadas. “Já existem protótipos destes robôs em funcionamento, e eles comandam todo o processo sem que nenhuma mão humana interfira na produção. É como uma linha de montagem em fábrica de automóveis”, compara.
Entrevistado
Rick Yelton, engenheiro e assessor do World of Concrete
Contato
rick.yelton@informa.com
Crédito Foto: Cia de Cimento Itambé e Basf
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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