Engenheiros civis latinos tentam unificar profissão

31 de janeiro de 2012

Engenheiros civis latinos tentam unificar profissão

Engenheiros civis latinos tentam unificar profissão 150 150 Cimento Itambé

Entre as reivindicações estão o incentivo à acreditação e o apoio a um modelo de ensino comum nos cursos ofertados pelas universidades

Por: Altair Santos

Engenheiros civis de países de língua portuguesa e espanhola estarão empenhados em 2012 para buscar uma unidade na qualificação profissional e na grade curricular das universidades. O objetivo é diminuir as disparidades e as exigências que são feitas quando os engenheiros se propõem a migrar de uma nação para outra em busca de trabalho. “O pessoal é formado em um país e quer atuar em outro, mas encontra muitas dificuldades. Cada um tem seus critérios. O Brasil esteve no centro da discussão, pois hoje é um dos países onde a construção civil está mais aquecida”, revela o presidente da ABENC (Associação Brasileira de Engenheiros Civis), Ney Fernando Perracini de Azevedo.

Ney Fernando Perracini de Azevedo, presidente da ABENC: preocupação para que engenheiros dos países latinos tenham formação de alto nível.

Da preocupação dos engenheiros civis saiu a proposta de se criar o Conselho de Engenharia Civil dos Países de Língua Oficial Portuguesa e Castelhana. Esse foi um dos consensos a que chegaram os profissionais que estiveram reunidos em Curitiba, no final de 2011, para dois eventos que aconteceram paralelamente na capital paranaense: o 3º Encontro das Associações Profissionais de Engenheiros Civis dos Países de Língua Oficial Portuguesa e Castelhana e o 3º Congresso Iberoamericano de Engenharia Civil. Houve a participação de profissionais de 22 países (Angola, Argentina, Bolívia, Brasil, Cabo Verde, Chile, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Espanha, Honduras, Macau, México, Moçambique, Paraguai, Peru, Porto Rico, Portugal, República Dominicana, São Tomé e Príncipe e Uruguai).

Para que haja um fluxo menos burocrático de engenheiros civis entre os países iberoamericanos foi proposto que se crie um organismo único de acreditação (reconhecimento formal) dos profissionais. Os debates, no entanto, devem amadurecer ao longo do ano e em novembro voltarão a ser discutidos na cidade do Porto, em Portugal. “A acreditação é um tema bastante polêmico. Se o profissional já tem o diploma, o que vai se exigir mais dele para trabalhar em outro país? É preciso definir que credenciais e especializações o profissional precisa ter. Informalmente, isso já ocorre, mas precisa ter algo que dê parâmetros melhores”, avalia o presidente da ABENC.

Brasil e Portugal saem na frente neste debate. Em março, a ABENC e a Ordem dos Engenheiros de Portugal se reúnem para uma conferência, em que, além do mercado de trabalho, será debatido também a questão do ensino de engenharia civil nas universidades dos dois países. “A ideia é promover mais intercâmbios. A engenharia brasileira está bastante avançada, desperta o interesse de vários países, principalmente da Europa, e é hora de aproveitar essas oportunidades, tanto para eles quanto para nós”, diz Ney Fernando Perracini de Azevedo.

Evento da ABENC, realizado em dezembro de 2011: engenheiros de 22 países estiveram no encontro.

 
Leia a Declaração de Curitiba e Manifesto dos Engenheiros Civis Iberoamericanos:
MANIFESTO DOS ENGENHEIROS CIVIS IBERO e DECLARAÇÃO DE CURITIBA

 

Entrevistado
Ney Fernando Perracini de Azevedo, presidente da ABENC (Associação Brasileira de Engenheiros Civis)
Currículo

– Engenheiro civil, formado pela UFPR em 1965
– Trabalhou no Comitê Coordenador dos Estudos Energéticos da Região Sul do Brasil (Comitê Sul), que realizou os primeiros estudos do aproveitamento integrado do potencial energético da região
– Atuou por 30 anos na Copel, em atividades relativas às obras das usinas de Salto Osório e Foz do Areia, na manutenção de obras civis e, por mais de 16 anos, na Assessoria da Presidência da Empresa
– Foi professor da Faculdade Católica de Administração e Economia (FAE) por sete anos
– Aposentou-se como Professor Adjunto da UFPR, onde lecionou por 30 anos disciplinas relativas à Estatística e Qualidade
– Presidiu o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) por três gestões e presidiu o Departamento do Paraná da Associação Brasileira de Engenheiros Civis (ABENC/PR)

Contato: presidencia@abenc.org.br

Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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