Depois de hotel, vem as casas em tubo de concreto

1 de março de 2018

Depois de hotel, vem as casas em tubo de concreto

Depois de hotel, vem as casas em tubo de concreto 1022 1024 Cimento Itambé

Arquiteto James Law desenvolveu o que ele batizou de casa Opod. São microapartamentos que podem reurbanizar o centro de Hong Kong

Opod: manilhas de concreto transformadas em moradia, que pode custar mais de R$ 50 mil a unidade
. Crédito: JamesLaw Cybertecture

Opod: manilhas de concreto transformadas em moradia, que pode custar mais de R$ 50 mil a unidade
. Crédito: JamesLaw Cybertecture

Tubos de concreto, normalmente usados em tubulações de saneamento básico, estão se transformando em residências na cidade de Hong Kong, na China. A metrópole é conhecida pela escassez de terrenos e pelos altos preços para se adquirir um imóvel ou até alugar. Para se ter ideia, o metro quadrado pode chegar a 184 mil dólares. Por isso, o escritório de arquitetura de James Law desenvolveu a casa Opod. O espaço tem 9,2 m2 e vem mobiliado sob medida. O microapartamento pode ser empilhado, formando blocos de unidades. Além disso, possibilita conectar-se à Internet das Coisas (IoT). Cada unidade custa cerca de 15,5 mil dólares (aproximadamente 50 mil reais).

Para James Law, o Opod pode ocupar áreas que hoje estão abandonadas no centro de Hong Kong, estimulando uma habitação mais digna para quem não tem onde morar ou mais confortável para quem aluga quartos na cidade, principalmente jovens trabalhadores solteiros, com idade entre 19 anos e 25 anos – o público-alvo do projeto. “Os jovens que moram em Hong Kong não têm como pagar por moradias. O Opod é uma unidade de habitação experimental, de baixo custo, e que pode aliviar os problemas de habitação a preços acessíveis de Hong Kong”, afirma o arquiteto, assegurando que a maior vantagem é que as estruturas podem ser empilhadas, formando conjuntos habitacionais.

James Law afirma ainda que sua invenção é uma alternativa às casas-contêineres, que transformaram em caos urbano a periferia de Hong Kong. “O Opod pode ajudar a reurbanizar a cidade. No centro da metrópole há muitos terrenos mal aproveitados, servindo de refúgio para o acúmulo de lixo, e que servem para as habitações com Opod”, diz o arquiteto, que no final de 2017 foi convidado para integrar o projeto da Smart City Consortium, que será construída em Hong Kong, e que pretende atacar os problemas de moradia da metrópole chinesa. Esse problema se agrava na cidade desde 1º de julho de 1997, quando Hong Kong foi devolvida pela Grã-Bretanha à China. Nestes 20 anos, a metrópole experimentou um desordenado crescimento populacional.

A edição 2017 do relatório sobre o Impacto Demográfico na Habitação, desenvolvido por uma organização não-governamental (Ong) britânica mostra que Hong Kong é a cidade onde o mercado imobiliário é o menos acessível no mundo. Por isso, James Law se inspirou nos hotéis criados na Áustria e no México, entre 2009 e 2012, e que depois se espalharam por outras regiões do mundo, onde manilhas de concreto foram transformadas em quartos. O Daspark Hotel, localizado em Linz, na Áustria, foi o primeiro a transformar tubos em habitação. Os “quartos” estão lá até hoje e são muito requisitados por mochileiros que viajam pelos alpes austríacos, já que o hotel adota a política de preço “pague quanto puder”. A adaptação de ideia pode ser uma solução para cidades densamente povoadas.

Veja vídeo sobre o Opod em Hong Kong

Entrevistado
Arquiteto e design James Law, da JamesLaw Cybertecture (
via assessoria de imprensa)

Contato: enquiries@jameslawcybertecture.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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