Curva ABC é antídoto contra desperdício de cimento

Gráfico ajuda não apenas a controlar gastos com insumos e outros materiais, como favorece planejamento de custo com mão de obra.

Gráfico ajuda não apenas a controlar gastos com insumos e outros materiais, como favorece planejamento de custo com mão de obra

Por: Altair Santos

Orçar uma obra é tarefa básica para quem constrói. Cumprir o orçamento, porém, nem sempre é fácil. Por isso, no setor construtivo, dissemina-se a utilização de gráficos que projetam os custos futuros e ajudam a controlá-los durante a execução de um empreendimento. Entre os modelos, o que mais é usado é a Curva ABC. São cálculos que permitem priorizar os gastos com insumos, mão de obra e equipamentos.

Carlos Torres Formoso, professor da UFRGS: cursos de engenharia civil precisam enfatizar uso de ferramentas gerenciais.

Pela sua relevância na construção civil, o cimento é um dos materiais que ocupam o topo da Curva ABC. “Ela é muito eficiente para o controle do cimento, principalmente para evitar perdas e ajudar na negociação com o fornecedor. Se a construtora administra bem o estoque, ela ganha margem para fazer uma compra com melhores prazos e descontos”, explica o professor Carlos Torres Formoso, do Grupo de Gestão e Economia da Construção da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Segundo Carlos Torres Formoso, algumas construtoras utilizam apenas o conceito da Curva ABC, usando-a informalmente, e outras aplicam a técnica dispondo de recursos gráficos e softwares para fazer o controle de materiais, equipamentos e mão de obra dentro do canteiro. “Quanto melhor ela for aplicada, mais resultados gera”, explica.  “A Curva ABC facilita o controle do que é consumido na obra, mas ela não é a única ferramenta gerencial. Sozinha, não traz ganhos relevantes. O ideal é ela ser empregada com outros sistemas de planejamentos, sistemas de controle de qualidade e gestão da cadeia de suprimentos”, completa.

O nome Curva ABC explica como ela funciona. O método hierarquiza insumos e serviços em A, B ou C. Os materiais, negociações e cotações mais relevantes ocupam o topo da tabela (A). As intermediárias se distribuem na faixa B e as que requerem menos prioridades distribuem-se na parte inferior da planilha (C). “O conceito da Curva ABC deve ser usado em todas as etapas do andamento da obra. Ela nasce com o projeto, com o planejamento de layout do canteiro, no caso dos empreendimentos preocupados em controlar perdas”, ressalta o professor da UFRGS.

Carlos Torres Formoso cita que um engenheiro civil bem qualificado tem plenas condições de organizar uma Curva ABC, apesar de atualmente as construtoras contarem com engenheiros de produção para desempenhar essa tarefa. “Boas escolas de engenharia civil têm enfatizado cada vez mais a produção enxuta, reforçando conceitos como Just in Time e conceitos de gestão de suprimentos, nos quais a Curva ABC é muito importante. Ela é ensinada dentro da gestão de Curvas, mas hoje em dia tem especializações em nível de mestrado e doutorado sobre esse conceito”, finaliza.

Confira estudo da UFRGS sobre perdas na construção civil: Clique aqui

Entrevistado
Carlos Torres Formoso, coordenador do Grupo de Gestão e Economia da Construção do Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação (NORIE), da UFRGS
Currículo
– Bolsista de produtividade em Pesquisa do CNPq – Nível 1A
– Possui graduação em engenharia civil pela UFRGS (1980), mestrado em engenharia civil pela UFRGS (1986), doutorado em engenharia civil pela University of Salford (1991) e pós-doutorado pela Universidade da Califórnia, Berkeley, EUA (1999-2000)
– Atualmente é professor associado II da UFRGS e coordenador do Grupo de Gestão e Economia da Construção do Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação (NORIE).
– É docente permanente do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da UFRGS
– Tem atuado como consultor ad hoc da FINEP, FAPESP, CAPES, CNPq, CYTED, entre outras agências de fomento
– Também é membro do Grupo de Assessoramento Técnico do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H), liderado pelo Ministério das Cidades
– Atua na área de gerenciamento na construção civil, principalmente nos seguintes temas: projeto e gestão de sistemas de produção, produção enxuta (lean production), gestão da segurança do trabalho, aprendizagem organizacional, medição de desempenho de empresas e empreendimentos de construção, habitação de interesse social e gestão do processo de desenvolvimento do produto.
Contato: formoso@ufrgs.br

Créditos foto: Miguel Ângelo/CNI

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


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