Garantia de receber sem atraso levam médias e pequenas empresas a optar pelo credenciamento no programa, em vez de priorizar o mercado imobiliário
Por: Altair Santos
Principalmente no interior do país, construtoras de pequeno e médio porte estão preferindo empreender com exclusividade para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) em vez de trabalhar voltadas para o mercado imobiliário, onde a lucratividade é maior. O que faz essas empresas privilegiarem a política habitacional do governo federal é a pontualidade do pagamento. “A vantagem é que trata-se de um programa com credibilidade, onde o empresário, executando a obra, tem a garantia de que vai receber na data combinada, conforme o contrato”, exalta o engenheiro civil Álvaro Pereira da Silva, da Provectum Engenharia e Empreendimentos.
Para ter margem de lucro, as construtoras que empreendem para a faixa 1 do MCMV (de um a três salários mínimos) precisam ter volume de obras. “A margem no Minha Casa, Minha Vida é pequena. Não é como na iniciativa privada, onde a empresa incorpora e vende a um preço que o mercado aceita pagar. Quem faz as avaliações é a Caixa Econômica Federal, e ela define o preço. Então, é preciso ganhar no volume”, diz Álvaro Pereira da Silva, que em quatro anos já viabilizou cerca de três mil unidades nas regiões norte e noroeste do Paraná. No caso da Provectum, a prioridade são as habitações horizontais, construídas em alvenaria convencional. “Estamos estudando adotar sistemas inovadores de construção para o ano que vem”, revela Álvaro Pereira da Silva.
Quem também constrói para a faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida é a CCP Engenharia de Obras, que atua em municípios da região metropolitana de Londrina, como Rolândia e Cambé. Segundo o engenheiro civil e diretor técnico da empresa, José Maria Soares, está se criando um nicho de construtoras especializadas em atuar na faixa 1 do MCMV. Boa parte, composto por empresas de pequeno porte. “A empresa de pequeno porte tem mais flexibilidade para atuar nessa faixa, pois é preciso ter um jogo de cintura para se inserir neste mercado”, cita José Maria Soares, afirmando que a pontualidade no pagamento compensa. “É preciso ter consciência de que se está trabalhando para um programa público. Por isso, é preciso responsabilidade. Mas o pagamento é rigorosamente em dia”, completa.
A CCP já construiu aproximadamente mil unidades para a faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida. A maioria de habitações horizontais e em sistema de alvenaria convencional. As empresas alegam que adotar métodos construtivos inovadores só é interessante se o volume de casas contratadas for de quinhentas unidades para cima. “É um processo evolutivo, que talvez para futuros empreendimentos possa se viabilizar”, diz José Maria Soares, que avalia positivamente o MCMV. “É um programa que vai durar muitos anos, pois existe demanda”, completa. Da mesma forma, Álvaro Pereira da Silva também elogia o Minha Casa, Minha Vida. “É bom para todo mundo. Para a construtora e para o governo. Além disso, por causa da demanda alta, é um programa fortemente subsidiado”, enaltece.
Entrevistados
Engenheiros civis Álvaro Pereira da Silva, da Provectum Engenharia e Empreendimentos Ltda., e José Maria Soares, da CCP Engenharia de Obras Ltda
Contatos
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