Construir ferrovias se torna política de Estado no Brasil
Novo status do setor está ligado a questões ambientais, diversificação dos modais e “custo Brasil”
No 4º Seminário de Infraestrutura de Transporte Ferroviário, o ministério da Infraestrutura deixou claro qual o plano de médio e longo prazo para o modal. Construir ferrovias e ampliar a malha nacional agora é um plano de Estado. Para atingir o objetivo, a estratégia é atuar em duas pontas: aumentar tanto o volume de concessões quanto o investimento público.
As razões para que o setor ferroviário ganhe outro status na política de infraestrutura e logística do governo não são poucas. Entre elas, estão a redução do impacto ambiental, a necessidade de diversificar os modais e o enfrentamento do chamado “custo Brasil”. Estudo da FIESP mostrado no evento revela que os produtos que chegam ao consumidor seriam 5% mais baratos, em média, se transportados por ferrovias.
Atualmente, o modal ferroviário corresponde a 15% da matriz de transporte no Brasil. A meta é chegar a 30% nos próximos 10 anos. O país tem uma malha de 29 mil quilômetros, mas apenas 10 mil quilômetros estão em uso. O que o ministério da Infraestrutura prioriza é recuperar os trechos desativados e interligá-los, criando uma malha nacional.
Os eixos principais a serem conectados são a Norte-Sul, a Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), a Fico (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste) e a chamada malha paulista, que permitiria também conexão com o sul do país. Sem esse projeto, em 15 anos o país não dará conta de transportar a colheita do agronegócio brasileiro apenas por rodovias.
Atualmente, de tudo o que o agronegócio colhe, apenas 34% são transportados por ferrovias
Recentemente, a safra 2019/2020 atingiu quase 250 milhões de toneladas e a projeção é que em 2035 esse volume chegue a 400 milhões de toneladas. Estudo do Instituto de Engenharia, intitulado “Ocupação Sustentável do Território Nacional pela Ferrovia”, mostra que uma composição com 134 vagões transporta o equivalente a 500 caminhões nas estradas.
Levantamento da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) revela que desde 1997, quando foram licitadas as primeiras concessões para o setor, a movimentação de carga via transporte ferroviário cresceu quase 130% no país. Nesse período de 23 anos, as concessionárias investiram 75 bilhões de reais nos trechos privatizados. Mas é necessário mais recursos para que se alcance um equilíbrio entre os modais ferroviário e rodoviário.
Hoje, os principais produtos que trafegam por trens no país são minério de ferro, açúcar, farelo de soja, combustível, milho e celulose. Porém, de tudo o que o agronegócio colhe, apenas 34% são transportados por ferrovias. Esse é um dos motivos que fazem o Brasil ser apenas o 17º em competitividade de infraestrutura e logística, em um ranking de 18 países.
A fim de melhorar sua posição, o país necessita investir cerca de 4,15% de seu PIB para garantir a modernização da infraestrutura em um prazo de 20 anos. Atualmente, o investimento está abaixo de 1,5%. Segundo os debatedores que estiveram no 4º Seminário de Infraestrutura de Transporte Ferroviário, é isso que torna urgente transformar a ampliação da malha ferroviária em política de Estado no Brasil.
Assista ao vídeo do 4º Seminário de Infraestrutura de Transporte Ferroviário (entre 5h37min e 7h49min)
Entrevistado
Reportagem com base na apresentação virtual do 4º Seminário de Infraestrutura de Transporte Ferroviário, promovido pela FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pela Aeamesp (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô)
Contato
eventos@aeamesp.org.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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