Futuro da construção civil mundial está na Ásia

17 de dezembro de 2015

Futuro da construção civil mundial está na Ásia

Futuro da construção civil mundial está na Ásia 819 616 Cimento Itambé

Auditoria internacional revela que, até 2030, nenhum outro país terá tantas obras quanto China e Índia, seguidos de Indonésia, Vietnã e Filipinas

Por: Altair Santos

Estudo da auditoria internacional PwC revela que, até 2025, 63% das obras de infraestrutura em todo o mundo estarão concentradas na Ásia. Só a China responderá por 26% dos empreendimentos, seguida da Índia. O levantamento ainda revela que entre 2025 e 2030, a Índia terá potencial para superar a China e se transformar no país com maior concentração de obras.

Ponte Bandra Worli Sea Link, em Mumbai: Índia caminha para passar a China em volume de obras

Ponte Bandra Worli Sea Link, em Mumbai: Índia caminha para passar a China em volume de obras

O mesmo relatório prevê que o ritmo global da construção civil tende a superar o PIB do planeta no mesmo período. Contribuem para esse crescimento, além de China e Índia, os novos “tigres asiáticos” – Indonésia, Vietnã e Filipinas. Fora da região asiática, os Estados Unidos seguirão encabeçando a construção civil do ocidente. “É normal que a demanda por obras seja maior na Ásia, mas nos surpreende a voracidade da índia”, diz Jonathan Hook, líder global de Engenharia & Construção da PwC.

Estima-se que já em 2016 a Índia ultrapasse o Japão no volume de obras. A construção civil no país, desde 2013, cresce a taxas constantes de 7,4% ao ano. É esse ritmo que faz o documento da PwC assegurar que a China será superada pela índia na condição de “canteiro de obras” do mundo. “A diferença entre a explosão construtiva que se viu na China, e a que é assistida agora na Índia, é que os indianos estão muito preocupados em gerar construções sustentáveis”, afirma Jonathan Hook.

Um exemplo é a ponte Bandra Worli Sea Link, construída na ilha de Mumbai. A obra investiu na construção industrializada e buscou certificação sustentável. Um quesito exigido era que o concreto tivesse baixa emissão de CO2. A solução foi buscar um material com 30 MPa de resistência, após 28 dias, usando cinza volante e um aditivo químico desenvolvido exclusivamente pela BASF para a obra.

Com esses procedimentos, a obra utilizou 400 quilos de cimento para cada metro cúbico de concreto. Ao todo, a Bandra Worli Sea Link consumiu 20 mil m³ de concreto, reduzindo em 4.400 toneladas a emissão de CO2.

Brasil na contramão

O estudo da PwC envolveu 49 países, responsáveis por 90% da produção econômica mundial. O Brasil e as principais nações latino-americanas fizeram parte do levantamento. Pelos dados coletados, a pesquisa indica que a construção civil brasileira, em função das demandas, tem condições de crescer 6% ao ano, em média. No entanto, com um olhar otimista, a expectativa é de que o setor de infraestrutura no país cresça a um ritmo de 2%, a partir de 2017.

A mesma pesquisa apontou onde estão as maiores demandas estruturais do Brasil, que passam por extração (petróleo e gás e commodities), indústria de transformação (refino de petróleo, química e de metais pesados), infraestrutura social (educação e saúde), além de transporte (rodovias, ferrovias, transporte marítimo e aeroportos) e serviços públicos (geração, transmissão e distribuição de energia, gás, água e telecomunicações). São obras que coincidem também com as carências da Índia. Só que, no país asiático, elas já estão em fase de execução, e a pleno vapor.

Entrevistado
Jonathan Hook, líder global de Engenharia & Construção da PwC (via assessoria de imprensa)
Contato: jonathan.hook@pwc.com

Crédito foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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