Concreto sustentável promete mudar o mobiliário urbano
Produto usa agregados de escória de alto-forno para fabricar artefatos para pavimentos leves, calçadas, guias, grelhas e sarjetas
O Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU-USP), vinculado ao campus da USP em São Carlos-SP, desenvolveu um concreto que pode transformar o mercado de artefatos de cimento não-estruturais. O material substitui 70% da areia natural por areia de fundição aglomerada com argila e 100% da brita por escória de aciaria de alto-forno das siderúrgicas e fundições (detrito que sobra da fabricação do aço). A vantagem do processo é ambiental, pois resíduos sólidos industriais voltam para a cadeia produtiva misturados ao concreto em vez de serem descartados em aterros.
Em parceria com a Escola de Engenharia da USP de São Carlos (EESC), o estudo desenvolvido no Instituto de Arquitetura e Urbanismo tem à frente o professor-doutor Javier Mazariegos Pablos, que desde 2012 busca aprimorar o que ele batizou de “concreto sustentável”. “O principal benefício do material é evitar o descarte inadequado de resíduos sólidos industriais”, defende. Agora, o desafio é conseguir dar escala à matéria-prima, para que o produto possa despertar o interesse do mercado.
Isso depende de uma logística competitiva para transportar a escória até fabricantes de artefatos de cimento. Outra questão envolve classificar a areia de fundição e a escória, para separar elementos nocivos à saúde e ao meio ambiente. Se for considerada nociva, é descartada; se não contiver itens perigosos, será misturada ao concreto. Para conseguir a certificação, devem ser realizados ensaios rigorosos, de acordo com as normas técnicas da ABNT, para garantir que nenhum resíduo que ofereça risco possa vir a ser agregado à matéria-prima.
Para siderurgia, agregar escória ao concreto é mais barato que descarte em aterro
No entender dos pesquisadores, a própria indústria siderúrgica poderia ser incentivadora do concreto sustentável, pois para ela custa mais caro o descarte em aterros credenciados que disponibilizar logística e recursos para incrementar a pesquisa do concreto sustentável. Para transportar o resíduo a locais adequados para o armazenamento custa mais 200 reais a tonelada, enquanto transformar a escória em produto adequado para o uso em artefatos de cimento custa menos da metade deste valor.
O concreto sustentável é não-estrutural, ou seja, não pode ser usado para a construção de fundações, lajes, pilares e vigas. Seu uso atende a pavimentação para veículos leves, calçadas e contrapisos. Com o material, é possível fabricar blocos intertravados, guias, grelhas, sarjetas e blocos para alvenaria de vedação, por exemplo. Nos testes realizados no IAU-USP, os elementos atingiram resistência de 11 MPa a 52 MPa, dependendo das características das escórias misturadas no concreto.
A pesquisa foi transformada em tese, denominada “Estudo para a reciclagem do resíduo sólido gerado pelas areias de fundição na construção civil”. A análise é assinada por Javier Mazariegos Pablos e Eduvaldo Sichieri, professor da escola de engenharia da Universidade de São Carlos. O documento destaca a necessidade de usar Cimento Portland para se obter a “estabilização dos resíduos”. As composições que obtiveram os melhores desempenhos mecânico, físico e químico foram utilizados na confecção dos artefatos testados na pesquisa.
Acesse a íntegra da pesquisa. Clique aqui.
Entrevistado
Reportagem com base na pesquisa “Estudo para a reciclagem do resíduo sólido gerado pelas areias de fundição na construção civil”, coordenada pelos professores Javier Mazariegos Pablos e Eduvaldo Sichieri, da IAU-USP e da EESC-USP
Contatos
javierpablos@usp.br
sichieri@sc.usp.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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