Concreto de Alcatraz passa por intensa recuperação

Instituto de Preservação do Concreto reúne engenheiros e estudantes da Universidade Estadual da Califórnia para restaurar a histórica prisão

Instituto de Preservação do Concreto reúne engenheiros e estudantes da Universidade Estadual da Califórnia para restaurar a histórica prisão

Por: Altair Santos

Entre 1934 e 1963, a ilha de Alcatraz manteve detidos alguns dos mais perigosos criminosos dos Estados Unidos – entre eles, Al Capone. Desativada, transformou-se em um dos principais pontos turísticos de São Francisco, na Califórnia. Segundo dados oficiais do turismo norte-americano, em 2015 o local recebeu 1,3 milhão de visitantes. Para manter a estrutura histórica, os prédios de Alcatraz passarão por uma recuperação coordenada pelo Instituto de Preservação do Concreto dos EUA.

Muretas de Alcatraz recuperadas, de acordo com a arquitetura original do presídio
Muretas de Alcatraz recuperadas, de acordo com a arquitetura original do presídio

Os edifícios foram submetidos às severas condições climáticas que cercam a ilha, como ventos fortes e longas exposições ao sol, além do ataque de cloretos por causa do ambiente cercado pelo mar. Por isso, precisarão da intervenção de especialistas. A reforma tende a ser concluída em 2017 e envolve engenheiros-militares veteranos e estudantes de engenharia civil da Universidade Estadual da Califórnia. Esse é um dos objetivos do Instituto de Preservação do Concreto: fazer com que a experiência de profissionais seja passada para quem está aprendendo.

Para a professora-doutora Tanya Wattenburg Komas, CEO do Instituto de Preservação do Concreto, ações como as que ocorrem em Alcatraz ajudam a qualificar muito a engenharia de restauração e a mão de obra que sai das escolas da Califórnia. “Nossos alunos se beneficiam imensamente da orientação dos especialistas. Eles acrescentam conhecimentos práticos inestimáveis para as aulas de campo dos alunos. Não tenho conhecimento de outro lugar no mundo que promova esse intercâmbio”, diz.

Obras só na primavera e no verão
Tanya Komaz afirma que durante a inspeção das estruturas, as equipes do Instituto de Preservação do Concreto detectaram que o concreto usado para construir o presídio de Alcatraz não é de boa qualidade. “Muitas das estruturas foram construídas por mão de obra penitenciária e com padrões menos exigentes, além do uso de materiais de baixa qualidade. Os agregados, por exemplo, são de demolições de obras do início do século 20. Eles também usaram velhas barras de celas para as estruturas de concreto em prédios que foram reconstruídos”, revela.

Estudantes de engenharia da Universidade Estadual da Califórnia se revezam nas obras de restauração
Estudantes de engenharia da Universidade Estadual da Califórnia se revezam nas obras de restauração

A CEO do Instituto de Preservação do Concreto aponta que as primeiras inspeções começaram em 2009. No entanto, apenas a partir de 2013 começaram as obras de restauração. Para a recuperação das estruturas, os engenheiros utilizam uma argamassa de alta resistência testada pela primeira vez no mercado dos EUA. O material, no entanto, atinge seu melhor desempenho quando aplicado em temperatura ambiente acima de 20 °C, o que obriga que a restauração seja interrompida no outono e no inverno do hemisfério norte.

Os engenheiros que atuam na restauração das estruturas de Alcatraz não têm dúvidas em afirmar que se a recuperação não fosse realizada os prédios talvez ruíssem no prazo máximo de dez anos. “Muita gente pensava que Alcatraz fosse uma fortaleza intransponível e indestrutível. Não é isso o que vimos. Mas com a restauração sua história poderá ser contada e visitada pelas futuras gerações”, garante Tanya Komaz.

 

Veja vídeo sobre a restauração de Alcatraz:

Entrevistada
Engenheira civil Tanya Wattenburg Komas, professora-doutora da Universidade Estadual da Califórnia e CEO do Instituto de Preservação do Concreto

Contato
tkomas@cpi-foundation.org

Crédito Fotos: Divulgação/CPI

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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