Cimento alimenta Brasil do futuro
Com crescimento sustentável, indústria do setor está pronta para as transformações que o país irá sofrer nos próximos anos
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Desde 2006, a indústria cimenteira do Brasil experimenta aumento de demanda. Com 68 fábricas, e capacidade instalada de 63 milhões de toneladas por ano, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), o setor seguirá fortemente requisitado nos próximos sete anos, pelo menos. Com PAC, Programa Minha Casa, Minha Vida, Copa 2014 e Olimpíadas 2016, o cimento tornou-se uma espécie de produto essencial na vida do país.
Sabedora dessa relevância, a indústria cimenteira não está acomodada. Desde 2005 vem mantendo um ritmo constante de investimentos, com aumento da produção de praticamente 50% neste período. Recente estudo do SNIC revela que o setor tende a crescer mais do que a projeção do PIB nacional até 2016. Nós temos uma estimativa de crescimento para 2010 da ordem de 6% sobre 2009. Provavelmente desta ordem de grandeza em 2011, e daí para frente. A projeção é de um crescimento sustentável, avalia José Otávio Carneiro de Carvalho, vice-presidente executivo do SNIC.
Além disso, a indústria cimenteira entende que as obras de infraestrutura programadas para os próximos anos servirão para o seu próprio crescimento. Para consolidar o aumento da demanda e tornar-se mais competitivo, o setor depende da evolução de dois setores: o energético e o rodoviário. Atualmente, segundo o SNIC, os níveis médios de consumo de energia térmica e elétrica giram em torno de 825 kcal por kg de clínquer e 107 kWh por tonelada de cimento, respectivamente, conforme o último levantamento oficial (realizado em 2003). Além disso, 94% da produção de cimento são transportadas por modal rodoviário. Diariamente, são oito mil caminhões carregados de cimento rodando pelas estradas do país.
Segundo José Otávio Carneiro de Carvalho, com a construção de novas hidrelétricas e o investimento em transportes ferroviário e fluvial, a perspectiva é que o cimento brasileiro irá tornar-se mais competitivo. Sem dúvida nenhuma, criar melhores condições de infraestrutura vai melhorar também o nosso produto. Quanto menor o custo de logística, menor o custo por tonelada, diz.
Apesar dos desafios, o SNIC descarta o risco de o Brasil vir a ter de importar cimento para seguir crescendo. A indústria cimenteira está instalada há 50 anos no país e, desde então, é autosuficiente. A importação existente é tão marginal, que não é significante para as estatísticas. Além disso, os investimentos programados pela indústria para os próximos anos nos deixam tranquilos de que, qualquer que seja a demanda exigida, ela será suprida, aposta o dirigente do SNIC.
Um dos trunfos da indústria cimenteira para seguir crescendo é que ela tem baixo custo ambiental, se comparada com a de outros países. Por usar energia limpa e alternativas de adições ao clínquer, como escória, cinzas voláteis e pozolana natural, o setor consegue reduzir sensivelmente a emissão de CO2 por tonelada de cimento produzido. A emissão de CO2 se dá basicamente na fabricação do clínquer. Uma vez que você usa menos clínquer para fabricar cimento, consequentemente tem uma redução. O Brasil, neste comparativo, tem uma situação bastante privilegiada em relação ao resto do mundo, comenta José Otávio Carneiro de Carvalho, concluindo: Estamos prontos para os desafios que virão pela frente.
Entrevistado: Assessoria de imprensa do SNIC: adriana.alves@fsb.com.br
Informação complementar
Acesse o link e tenha acesso ao relatório 2008 do SNIC
http://www.snic.org.br/25set1024/relat_2008-9.html
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