Casa na fôrma

26 de janeiro de 2009

Casa na fôrma

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Baseada em velocidade, custo e qualidade, tecnologia que usa paredes de concreto começa a mudar o perfil habitacional no Brasil

Engenheiro Ary Fonseca - ABCP.

Engenheiro Ary Fonseca - ABCP

Uma nova ordem está se estabelecendo na construção habitacional no Brasil. A aposta é que em 2009 a tecnologia baseada na construção de paredes de concreto para edificações como casas, sobrados e prédios venha a se consolidar no país. Os alicerces estão prontos, graças a um programa denominado de Ativos em Parede de Concreto. Através dele foram detectados os gargalos que impediam o avanço da tecnologia e definidas ações do sistema construtivo para difundir esse tipo de obra.

Tanto na Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), quanto na Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem (Abesc) e no Instituto Brasileiro de Telas Soldadas (IBTS) – os incentivadores da tecnologia de parede de concreto – criou-se o consenso de que essa é uma alternativa viável para ajudar o Brasil a reduzir seu déficit habitacional, que hoje gira em torno de 8 milhões de habitações. O que os faz pensar assim são os benefícios do sistema, que alia velocidade, custo e qualidade da obra. “As empresas hoje estão procurando soluções mais competitivas, com melhor custo, mais rapidez e prazos menores de conclusão do empreendimento. E essa tecnologia atende essas três demandas”, define o engenheiro Ary Fonseca Jr., gerente de edificações da ABCP e coordenador do programa.

Fonseca esteve à frente de um grupo de estudos para consolidar o Ativos em Paredes de Concreto. “Foi um trabalho de um ano para identificar os principais gargalos que impediam as construtoras de ter confiança em utilizar o sistema. Identificamos esses gargalos e elaboramos o que nós chamamos de ativos para servir de conteúdo para todo o mercado”, definiu o engenheiro, confiante de que o Brasil seguirá o modelo de construção já adotado em larga escala em outros países sul-americanos. “É uma boa alternativa para enfrentar o déficit habitacional.”

A tecnologia utiliza fôrmas, onde são moldadas as paredes de concreto no local da obra. O sistema construtivo pode ser utilizado em casa, sobrados e em prédio de até 30 andares. Ary Fonseca alerta que ele não usa pré-moldados e nem se assemelha ao projeto de casa 1.0, voltado para habitações de baixa renda. “É bom deixar claro que não é uma construção pré-fabricada e nem voltada para casas compactas”, avisa.

No Brasil, o sistema de construção em paredes de concreto pretende atingir a classe média. No ano passado, as construtoras que já aderiram à técnica construíram 10 mil habitações. “Ela pode ser utilizada em alta escala por empresas com grande quantidade de empreendimentos para serem realizados num prazo curto”, diz Ary Fonseca.

Apesar de o número de construções com paredes de concreto proliferar no Brasil, principalmente na região Nordeste, a ABCP não quer estabelecer metas. O objetivo é convencer o mercado de que a tecnologia é confiável. “A demanda é do mercado e as construtoras é que vão decidir utilizar ou não”, afirma Fonseca. Diante do futuro promissor, só há uma certeza: os que aderem à tecnologia – já há 14 construtoras usando o método de construção no país – não pensam em voltar atrás.

50% – Esse é o percentual de redução de tempo de uma obra construída em paredes de concreto.

Tire suas dúvidas:

Quantos países já aderiram à tecnologia?
Colômbia, Venezuela, Peru, Ilhas do Caribe, Trinidad e Tobago, México, República Dominicana e Jamaica.

Quem detém know-how?
A Colômbia usa o sistema há mais de 20 anos. O país construiu uma fábrica de fôrmas, o que barateou ainda mais os preços das obras. A técnica colombiana já é exportada até para a Europa.

Há resistência do consumidor?
As 10 mil obras erguidas no Brasil em 2008, usando essa tecnologia, foram bem aceitas por seus compradores. O custo mais baixo, o bom desempenho técnico e acústico e a qualidade do acabamento conquista os clientes.

As construções em paredes de concreto permitem receber futuras reformas?
Se for uma casa térrea, sim. A tecnologia se adapta a expansões ou reformas como em qualquer outro sistema.

O Brasil tem profissionais especializados neste tipo de sistema?
As empresas que já estão construindo com esta tecnologia estão capacitando os profissionais. A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) também investe na qualificação, assim como a Associação Brasileira de Cálculo Estrutural. Técnicos de outros países vêm frequentemente ao Brasil para dar treinamento. Toda a cadeia envolvida na construção está sendo preparada para utilizar em grande escala o sistema.

Fonte: Engenheiro Ary Fonseca Jr., gerente de edificações da ABCP

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação

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