Para 2012, já há 8,5 mil projetos contratados, entre empreendimentos residenciais, comerciais, industriais e de infraestrutura
Por: Altair Santos
Pesquisa da ITC (Inteligência Empresarial da Construção) aponta que em 2011 o Brasil chegou a 11.559 grandes obras concluídas. Envolvendo quase 125 milhões de m², as construções geraram um investimento de R$ 421,5 bilhões. O levantamento contabiliza apenas obras com mais de 1.000 m² de área construída e que tenham custo superior a R$ 1 milhão.
Para 2012, a pesquisa da ITC detectou que há 5.000 empreendimentos em fase de projeto e estudo de viabilidade e 3.500 em andamento, já com canteiros de obras instalados. Segundo Viviane Guirao, diretora de marketing da consultoria, a coleta de dados é feita através de contato direto com incorporadores, bancos, construtoras, escritórios de arquitetura e investidores. “A cada ano conseguimos abranger um volume maior de informações e aprimorar a pesquisa”, revela Guirao.
Em seu relatório, a ITC divide as obras nos seguintes grupos: comercial, residencial, industrial e infraestrutura. “São segmentos bem diferentes, que têm características próprias e não se limitam a edifícios residenciais ou edifícios corporativos. A ITC divulga também obras de shoppings, de hotéis, de indústrias, saneamento básico, hidrelétricas, termoelétricas, enfim, todo o mercado nacional é avaliado”, diz a diretoria de marketing da empresa, para quem as projeções apontam um crescimento sustentável da construção civil no Brasil até 2016.
Viviane Guirao comenta que desde 2007 o avanço do setor tem sido relevante dentro da economia do país. Em 2010, foram 11.174 grandes obras concluídas; em 2009, 7.487. “A tendência é que até 2016 esse volume de investimento cresça gradativamente, impulsionando toda a cadeia da construção civil. Para construir uma grande obra, é preciso que a indústria esteja produzindo todos os materiais. Então, se o segmento de novos empreendimentos cresce, a indústria também cresce”, avalia.
Ainda de acordo com a pesquisa da ITC, fica evidente que o programa Minha Casa, Minha Vida influenciou positivamente na cadeia produtiva da construção civil. O levantamento detecta que das mais de 11,5 mil grandes obras construídas em 2011, 6.500 foram voltadas para a construção de edifícios residenciais e condomínios. “É uma tendência que predomina desde 2007, puxando também as obras viárias e de saneamento básico nas cidades”, aponta Viviane Guirao.
Para 2012 o segmento residencial seguirá forte, mas o setor de edifícios comerciais, incluindo hotéis e shopping centers, deverá ganhar um grande impulso, projeta a ITC. A consultoria também avalia que a construção civil sofre uma descentralização. Regiões como o Nordeste do país, assim como cidades-pólos do interior brasileiro, estão conseguindo atrair, proporcionalmente, tanto investimento quanto as grandes metrópoles. ” As construtoras de São Paulo e do Rio de Janeiro abriram seu leque para outras regiões, principalmente o Nordeste, onde a facilidade de crédito atrai os investimentos”, cita a diretora de marketing da ITC, dizendo que o resultado da pesquisa leva à seguinte conclusão: sem a construção civil, o Brasil não cresce.
Confira o relatório da ITC: ITC_relatorio
Entrevistada
Viviane Guirao, diretora de marketing e pesquisa de mercado da ITC (Inteligência Empresarial da Construção)
Currículo
– Graduada em engenharia civil pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) em São Paulo
– Pós-Graduada em Negócios Imobiliários pela FAAP
– Ocupa o cargo de diretora de marketing e pesquisa de mercado da ITC- Informações da Construção
Contato: viviane@itc.etc.br / marketing@itc.etc.br / http://www.itc.etc.br/default.asp
Créditos foto: Divulgação / ITC