BIM depende de bibliotecas para consolidar no Brasil

Além de popularizar a ferramenta, iniciativa possibilitaria cadastrar produtos e serviços conectados à tecnologia
2 de agosto de 2018

BIM depende de bibliotecas para consolidar no Brasil

BIM depende de bibliotecas para consolidar no Brasil 150 150 Cimento Itambé

Instituições representativas da construção civil se articulam para formar as primeiras bibliotecas BIM do Brasil. Há consenso de que a plataforma, tão essencial para a produção de projetos e para tornar o setor mais competitivo no país, só conseguirá se popularizar se houver uma ferramenta pública que ajude a disseminar a tecnologia. A isso se dá o nome de biblioteca quando o assunto é BIM, ou seja, um local na internet em que o programa e suas atualizações possam ser baixados – se não gratuitamente, pelo menos a custos menores.

À frente da iniciativa estão o SindusCon-SP, a ABRAMAT, a ABDI, a ABNT, o SENAI e também organismos públicos. Em maio de 2018, o governo federal lançou a “estratégia nacional para disseminação do BIM”. Com o incentivo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a ideia é implantar programas pilotos que exijam o uso da tecnologia por parte dos executores. A expectativa é de que as obras públicas ganhem até 10% em produtividade e sofram redução de cerca de 20% nos custos, apenas com a adoção do BIM.

Por isso, para o presidente da ABDI, Guto Ferreira, a criação de bibliotecas BIM é prioridade. “As bibliotecas digitais servirão para que União, governos estaduais e prefeituras possam reduzir despesas e trabalho, além de prestar contas de forma mais transparente à população. É uma tecnologia que deve ser adotada como prioridade”, diz. Na ideia da ABDI, ao permitir o acesso à ferramenta, as bibliotecas poderão concentrar um cadastro de produtos e serviços apropriados à tecnologia.

Dados da própria ABDI mostram que somente 5% da cadeia produtiva da construção civil usam o BIM no Brasil. Segundo estudo da agência, se metade das empresas ligadas ao segmento adotasse a plataforma até 2028, haveria um ganho de 7 pontos porcentuais no PIB setorial. Por isso, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) também apoia a criação de uma política nacional para o BIM. “O governo, por meio de seu poder de compras públicas, consegue estimular as empresas a migrar para essa plataforma tecnológica”, estima o presidente da CBIC, José Carlos Martins.

Até norma técnica lançada em 2011 para o uso do BIM encontra-se incompleta

Em 2011, chegou até a ser lançada uma norma técnica sobre o uso do BIM na construção civil, que é a ABNT NBR 15965 – Sistema de classificação da informação da construção. No entanto, apenas a parte 1 foi publicada. Com previsão de ter 7 partes, a norma deveria abranger terminologias e sistemas de classificação para todos os componentes, processos, espaços, unidades, materiais e equipamentos usados na construção, a fim de adequá-los ao BIM. Porém, mesmo com a parte 1, a ABNT NBR 15965 serve de referência para os processos que buscam o uso da plataforma.

Para a diretora-técnica da ABRAMAT, Laura Marcellini, um passo importante é atingir a indústria de materiais sobre a necessidade de adoção do BIM, através de seminários com orientações sobre como produzir documentação técnica que possa estar disponível em bibliotecas BIM. “Para isso, o SENAI é estratégico para trabalhar a capacitação de pessoal nessa área”, completa.

Entrevistado
SindusCon-SP, ABRAMAT, ABNT, SENAI, CBIC e ABDI
(via assessorias de imprensa)

Contatos
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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