Bancos absorvem engenheiros, como nas décadas perdidas

Mercado financeiro tem contratado, principalmente, engenheiros civis, elétricos, mecânicos e de produção
19 de junho de 2019

Bancos absorvem engenheiros, como nas décadas perdidas

Bancos absorvem engenheiros, como nas décadas perdidas 1024 614 Cimento Itambé
instituições financeiras

Nas instituições financeiras, engenheiros são empregados em áreas que vão do investimento à segurança. Crédito: US Bank National Association

A pesquisa anual realizada pela consultoria Universum Global revela que, no Brasil, o mercado financeiro voltou a capturar os engenheiros civis recentemente formados, como ocorreu durante as décadas perdidas da construção civil (1980 e 1990). Os profissionais da engenharia disputam vagas em instituições bancárias junto com especialistas em Tecnologia da Informação e os graduados na área de negócios, como administradores, contabilistas e economistas. Bancos, corretoras, fundos de investimento e fintechs (startups do mercado financeiro) têm absorvido, principalmente, engenheiros civis, engenheiros elétricos, engenheiros mecânicos e engenheiros de produção.

A coaching e especialista em mentoria, Rebeca Toyama, explica a razão de o mercado financeiro absorver profissionais da engenharia. “O engenheiro é treinado para criar processos que solucionem problemas. A área financeira costuma ter problemas complexos e de forma estruturada. Eles se atraem”, diz. Independentemente de haver emprego para engenheiros nas instituições bancárias, o consultor Valter Pieracciani enxerga isso como um mau sinal. “Se a engenharia brasileira perder mais uma década nós estaremos fora do contexto competitivo. A inserção do Brasil no mundo globalizado ficará em jogo”, alerta.   

Para realizar a pesquisa sobre tendências do mercado de trabalho para engenheiros, a Universum ouviu 9.167 universitários de cursos de graduação da área de engenharia, em 123 universidades do Brasil. Entre as empresas genuinamente de engenharia, a mais cobiçada continua sendo a Petrobras. Mas houve queda no interesse, constata a Universum. Há 4 anos, um em cada dois estudantes de engenharia escolhia a principal estatal brasileira como a empregadora mais atrativa. Hoje, esse índice é de um para cada quatro. Em contrapartida, a construtora MRV saltou da 35ª posição no ranking de 2018 para o 2º lugar em 2019, entre as preferidas dos graduandos.

Além do Brasil, pesquisa abrange outros 11 países entre as principais economias do mundo

Pela ordem, segundo o ranking, as seguintes empresas também despertam o interesse dos novos engenheiros em busca de vagas no mercado de trabalho: Google, governo (via concursos públicos), Odebrecht, Ambev, Embraer, Apple, Vale e Microsoft. Entre os bancos, os que mais têm absorvido engenheiros são Itaú, Banco do Brasil e Nubank (startup financeira). Outras empresas que se destacam são as ligadas à inovação. Segundo a pesquisa, ser inovador é a terceira principal meta de carreira dos futuros engenheiros, após equilíbrio entre vida profissional e pessoal e estabilidade no emprego.

Além do Brasil, a pesquisa abrangeu outros 11 países avaliados como as principais economias do mundo. São Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Rússia, Coreia do Sul, Reino Unido e EUA. Ao todo, foram entrevistados 225.000 estudantes de negócios e engenharia. Globalmente, as empresas mais citadas como as preferidas pelos novos engenheiros são, pela ordem, SpaceX, Tesla, Google, Boeing e NASA.

Entenda por que engenheiros estão migrando para o mercado financeiro

Entrevistado
Reportagem com base na pesquisa “Ranking de empregadores mais atraentes”, realizada pela consultoria Universum Global

Contato
contact@universumglobal.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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