Indústria do cimento prevê crescimento entre 2,0% e 3,0% para 2025

Vendas do material atingiram 6,3 milhões de toneladas em outubro, segundo SNIC

Em setembro de 2025, o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) divulgou a projeção de crescimento de 2,0% no consumo do produto em 2025. Em outubro, a entidade destacou que esse crescimento deve ficar entre 2,0% e 3,0%. Em julho de 2025, a projeção era de um crescimento de 2,1% para o ano. Em março deste ano, a expectativa era de um crescimento de 1%.

As vendas de cimento atingiram 6,3 milhões de toneladas em outubro, resultado que representa um avanço de 7,1% em comparação com o mesmo mês de 2024, de acordo com dados do SNIC.

No acumulado de janeiro a outubro, o setor registrou 56,6 milhões de toneladas comercializadas, alta de 3,5% frente ao mesmo período do ano anterior.

Outro dado apresentado pelo SNIC é o volume médio vendido por dia útil. Em outubro, foram comercializadas 252,3 mil toneladas/dia, aumento de 5,0% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, observa-se um crescimento de 4,0% em comparação ao mesmo período de 2024.

Para Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, a indústria do cimento demonstra resiliência ao manter uma performance positiva, sob uma base de recuperação de vendas iniciada em 2024. “Contudo, o aumento das incertezas na economia cria um ambiente de cautela. Nossas projeções para 2025 refletem essa moderação, mas o foco em habitação social (MCMV) e soluções de infraestrutura sustentáveis, como o pavimento de concreto, são vetores cruciais que continuarão a contribuir com o consumo e o desenvolvimento econômico, social e ambiental do país”, ponderou.

No acumulado de janeiro a outubro, o setor registrou a comercialização de 56,6 milhões de toneladas de cimento. Crédito: Divulgação Itambé

Vendas por região

Em outubro de 2025, todas as regiões apresentaram crescimento, com destaque para o Norte e o Nordeste que, ao comparar com outubro de 2024, tiveram um aumento de 17,3% e 12,1% respectivamente. Vale lembrar que, em 2025, o governo federal destinou mais de R$ 4 bilhões em obras para a COP30, que aconteceu no Pará.  As intervenções incluíram a modernização do aeroporto, do terminal hidroviário e do complexo Ver-o-Peso, drenagem de canais, reestruturação de parques e melhorias na mobilidade urbana.

No acumulado do ano (de janeiro a outubro), todas regiões apresentaram crescimento quando o resultado é comparado com o mesmo período de 2024. O Nordeste se destaca novamente, com crescimento de 7,1%.

Fatores positivos: mercado de trabalho aquecido

Um dos fatores que contribuiu positivamente para o crescimento, foi a queda da taxa de desemprego para o menor nível recente (a taxa segue no menor patamar da série histórica, que iniciou em 2012) — 5,6% em setembro — acompanhada de recordes na população ocupada nos postos com carteira assinada e massa salarial chegando a 102,4 milhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), do FGV Ibre, o indicador registrou alta de 1,3 ponto em novembro, atingindo 89,8 pontos — o maior patamar desde dezembro de 2024 — impulsionado pela melhora no mercado de trabalho e pela desaceleração da inflação.

Desafios para a indústria do cimento

A incerteza macroeconômica tem afetado diretamente o setor da construção, que adotou uma postura mais pessimista no terceiro trimestre. Segundo a Sondagem da Construção, realizada pelo FGV IBRE – Instituto Brasileiro de Economia, o Índice de Confiança da Construção subiu 0,7 ponto em setembro, para 92,3 pontos. Entretanto, caiu 0,7 ponto em outubro, fechando o mês em 91,6 pontos. Este aumento observado em setembro veio após dois meses seguidos de retração. Em novembro, o índice voltou a subir 1,0 ponto, para 92,6 pontos, maior nível desde julho deste ano (92,7 pontos). Na média móvel trimestral, o índice avançou 0,4 ponto.

“De fato, a sondagem de outubro não captou qualquer mudança positiva na percepção das empresas. Assim, o Índice de confiança retornou ao patamar de agosto, puxado pelas expectativas que não sustentaram o crescimento do mês anterior. Na comparação com setembro, o sinal positivo veio do indicador de evolução recente da atividade, que engatou duas melhoras consecutivas, sugerindo retomada. Mas, em relação ao início do ano, houve redução do ritmo de crescimento. Em novembro, a recuperação da confiança foi bem disseminada entre os principais segmentos setoriais, ainda assim, insuficiente para recuperar o patamar do início do ano. Pode-se dizer que, na média, as empresas permaneceram acusando um pessimismo moderado. O indicador de Evolução Recente continuou a trajetória de recuperação, alcançando o melhor resultado desde março, quando iniciou o movimento recente de queda. Ou seja, nos últimos meses do ano, o setor voltou a ganhar ritmo e projeta também aumento da demanda por mão de obra nos próximos meses”, observou Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.

De acordo com a Sondagem da Construção Civil, a melhora das expectativas foi alavancada pelos segmentos de Infraestrutura e Serviços Especializados, que também indicaram maior intenção de contratar trabalhadores nos próximos meses. Na avaliação de Ana Maria, o segmento de Serviços é o mais intensivo em mão de obra dentro da construção e o que já apresenta maiores dificuldades em contratar trabalhadores qualificados. “Portanto, a retomada do crescimento significa também um mercado de trabalho mais estressado e custos pressionados,” declara Ana Castelo.

Outro desafio para a indústria da construção civil e, consequentemente, do cimento, é a Selic elevada, que pressiona o setor ao tornar os investimentos financeiros mais atrativos do que os imobiliários.

No terceiro trimestre de 2025, os lançamentos imobiliários tiveram leve crescimento de 1,6% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionados sobretudo pelo Sudeste, onde a alta foi de 13,1%. Já as vendas sentiram mais fortemente o impacto dos juros elevados: apesar de permanecerem acima de 100 mil unidades, caíram 6,5% na comparação anual. As únicas exceções foram as Regiões Norte e Sul, que registraram aumentos de 46,7% e 1,3%. O programa Minha Casa, Minha Vida também apresentou queda nas vendas, embora mantenha participação expressiva de 44% no total comercializado, com destaque para o Norte (61% das vendas) e o Sudeste (54%).

Fontes

Paulo Camillo Penna é presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

Ana Maria Castelo é coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE.

Contatos

SNIC – daniela.nogueira@fsb.com.brAna Maria Castelo – assessoria.fgv@insightnet.com.br

Jornalista responsável: 
Marina Pastore – DRT 48378/SP 
Vogg Experience 



Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo