Déficit habitacional demonstra que Programa Minha Casa, Minha Vida enfrenta o desafio de atender quem mais precisa de moradia

No Paraná, quase meio milhão de famílias seguem sem moradia digna e as empresas precisam redesenhar portfólios para atender demanda

O Brasil ainda enfrenta um déficit de cerca de 6 milhões de moradias, sendo que quase 90% estão concentradas nas faixas 1 e 2 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), justamente aquelas voltadas às famílias de menor renda. No Paraná, o cenário não é diferente: cerca de 491 mil famílias ainda vivem sem moradia adequada, segundo a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar). “É um número alarmante que exige uma resposta coordenada entre o poder público e a indústria da construção”, afirma Mariana Basso Boaretto, vice-presidente de Habitação de Interesse Social do Sinduscon Paraná. Em Curitiba, o déficit ultrapassa 90 mil moradias, o que, segundo ela, demanda soluções de adensamento e planejamento urbano focado em habitação de interesse social.

O MCMV continua sendo o principal impulsionador de redução do déficit habitacional no país. “O programa atua como a principal alavanca de demanda e oferta para a moradia popular, ao combinar recursos públicos, subsídios e condições de crédito diferenciadas”, explica Anderson Lopes Morais, diretor comercial da BRZ Empreendimentos.

Ele destaca que a ampliação dos limites de renda e a redução das taxas de financiamento reativaram famílias que estavam com a demanda reprimida, gerando escala para as construtoras. “As empresas precisam redesenhar seus portfólios de produtos para aproveitar as novas regras da política de crédito. Isso inclui localização, padrão construtivo, faixa de preço e velocidade de execução”, acrescenta.

A nova Faixa 4, voltada para famílias com renda de até R$ 12 mil e imóveis de até R$ 500 mil, abriu espaço para a classe média, com juros mais baixos, em torno de 10% ao ano. Apesar de positiva, essa ampliação cobre apenas 3,5% do déficit habitacional nacional, o que indica que os principais desafios continuam entre as faixas mais baixas.

Inovação e eficiência como caminhos de avanço

A industrialização da construção é apontada como uma das principais soluções para melhorar os resultados do programa. “Sistemas como paredes de concreto reduzem tempo de obra, necessidade de mão de obra e garantem maior controle de qualidade”, afirma Mariana.

Legenda: Déficit habitacional ainda persiste, colocando em evidência a importância social do Minha Casa, Minha Vida.
Crédito: Envato

Essas tecnologias reduzem retrabalho e permitem incorporar conceitos de sustentabilidade, como eficiência energética e hídrica, alinhados com as diretrizes do MCMV. Na visão de Anderson Morais, a padronização e a eficiência construtiva são fundamentais para entregar mais unidades com o mesmo investimento. “Quando otimizamos o projeto e organizamos bem a obra, ganhamos em tempo e custo, o que significa mais apartamentos entregues e mais famílias atendidas”, afirma.

Ele ressalta ainda que o equilíbrio entre ritmo de vendas e execução das obras é determinante para a saúde financeira dos projetos. “Manter o ritmo das vendas alinhado com o avanço das obras garante estabilidade para o cliente e previsibilidade para o empreendimento”, explica.

O desafio da localização e do acesso

A escolha dos terrenos é outro fator crítico para o sucesso do programa. “Quando o projeto nasce em um lugar bem localizado, com acesso a transporte, escola e serviços, a vida do morador melhora e o entorno se desenvolve urbanística e economicamente”, observa Morais.

No entanto, nas grandes cidades, o custo do terreno é um dos principais entraves. “Em Curitiba, o valor elevado do solo tem dificultado o avanço do MCMV, mesmo com os subsídios”, alerta Mariana. Ela defende que a administração municipal deve revisar parâmetros urbanísticos para permitir empreendimentos de habitação de interesse social em áreas urbanas bem localizadas. “Isso reduz tempo e gasto com deslocamentos e permite o uso de infraestrutura já existente, o que também diminui a necessidade de novos investimentos públicos”, acrescenta.

A importância da parceria público-privada

A experiência do Sinduscon Paraná com programas estaduais e municipais mostra que a articulação entre poder público e setor privado é decisiva. O Programa Casa Fácil Paraná, por exemplo, ampliou os subsídios para famílias que não conseguiam arcar com o valor de entrada. “Foi um triplo sucesso: social, econômico e de representatividade para o setor”, afirma.

Para o futuro, o desafio é garantir previsibilidade e sustentabilidade financeira. “Quando o financiamento, a eficiência e as políticas públicas caminham juntos, conseguimos ampliar o acesso à moradia digna de forma sustentável”, conclui Morais.

Entrevistados

Mariana Basso Boaretto é vice-presidente de Habitação de Interesse Social do Sinduscon PR.
Anderson Lopes Morais é graduado em Direito pela Faculdade Unifenas, pós-graduado em Direito Ambiental pela PUC Minas, e especialista em Incorporação Imobiliária e Convenção de Condomínio. Atualmente é diretor comercial da BRZ Empreendimentos.

Contatos:
fabiane.ribas@sindusconpr.com.br (Assessoria de Imprensa)

brz@nbpress.com.br (Assessoria de Imprensa)

Jornalista responsável
Ana Carvalho
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