Vendas de cimento crescem 3,5% no primeiro semestre e projeta um crescimento de 2,1% para o ano
Resultado de 32 milhões de toneladas comercializadas foi impulsionado por lançamentos e programa Minha Casa, Minha Vida
A indústria brasileira do cimento encerrou o primeiro semestre de 2025 com alta de 3,5% nas vendas, atingindo um total de 32 milhões de toneladas comercializadas, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC). Apesar da leve retração de 1,7% nas vendas em junho, o volume médio diário cresceu 0,5% em relação ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com o diretor executivo do SNIC, Bernardo Jannuzzi, o resultado é reflexo direto do bom momento vivido pelo setor imobiliário e pela economia. “No primeiro trimestre, os lançamentos imobiliários cresceram 11%, e o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) avançou 31,7%. Além disso, o mercado de trabalho segue em expansão, com um número recorde de 39,8 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Esse aumento na massa salarial impulsiona diretamente o consumo de cimento”.
Coprocessamento ganha espaço
Além do desempenho de mercado, a indústria do cimento vem investindo fortemente em soluções ambientais. O destaque vai para o coprocessamento, tecnologia que substitui combustíveis fósseis por resíduos industriais e biomassas, como casca de arroz e cavaco de madeira.
Segundo Jannuzzi, o setor já coprocessou 3,25 milhões de toneladas de resíduos, o que representa 32% da matriz térmica e evitou a emissão de mais de 3,36 milhões de toneladas de CO₂. “O coprocessamento é a melhor alternativa para reduzir a pegada de carbono do setor, alinhando sustentabilidade e eficiência produtiva”, afirma.
A Rio Bonito Soluções Ambientais, empresa do mesmo grupo da Cimento Itambé, por exemplo, coprocessou 155.786 toneladas de resíduos em 2024, um volume significativo que reflete seu papel essencial no setor.
Leia mais: https://www.cimentoitambe.com.br/rio-bonito-obtem-acreditacao-do-inmetro-e-diferencia-se-em-solucoes-ambientais-sustentabilidade-e-coprocessamento-de-residuos
Incertezas no horizonte: juros, crédito e confiança

Crédito: Envato
Apesar do desempenho positivo, o setor mantém postura cautelosa quanto ao segundo semestre. “Historicamente, os últimos seis meses do ano são mais fortes em vendas, mas enfrentamos riscos importantes: endividamento das famílias, alta da Selic, inadimplência e incertezas políticas”, analisa Jannuzzi.
Um dos pontos mais críticos é a possível taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI), hoje isentas de Imposto de Renda para Pessoa Física. “Essa medida pode desestimular o investimento no setor imobiliário, encarecer o financiamento habitacional e afetar diretamente o consumo de cimento”, alerta o executivo do SNIC.
A confiança do consumidor e da indústria também deu sinais de enfraquecimento em junho, segundo índices da FGV, indicando uma possível desaceleração da atividade econômica no segundo semestre.
Infraestrutura e transição verde: prioridades para o futuro
Apesar dos desafios, o setor continua mobilizado em torno de pautas estruturantes. A indústria participa da elaboração de metas setoriais de descarbonização dentro do Plano Clima, que será apresentado na COP30, e atua ativamente na Missão 5 da Nova Indústria Brasil, voltada à bioeconomia e à transição energética.
Para além da habitação, a demanda por cimento também passa pela infraestrutura, especialmente pelas rodovias. Hoje, apenas 12,4% da malha viária brasileira é pavimentada. O SNIC aponta ser fundamental ampliar os investimentos em pavimento de concreto, que além de mais durável e seguro, também tem menor impacto ambiental.
O setor projeta um crescimento de 2,1% para o ano, abaixo da previsão observada no primeiro semestre. O consumo deve seguir apoiado pelos construtores e pelos investimentos residuais em infraestrutura. No entanto, o desempenho do segundo semestre dependerá do equilíbrio entre variáveis macroeconômicas e políticas públicas que garantam segurança para os investimentos.
Entrevistado
Bernardo Jannuzzi é economista formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente é diretor executivo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), com ampla experiência na análise de informações setoriais e econômicas, atuando na produção de estudos e relatórios estratégicos voltados a empresas associadas, instituições privadas e órgãos públicos.
Contato
daniela.nogueira@fsb.com.br (Assessoria de Imprensa)
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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