Veículos aéreos não tripulados prometem revolucionar mercado de geotecnologia

25 de novembro de 2011

Veículos aéreos não tripulados prometem revolucionar mercado de geotecnologia

Veículos aéreos não tripulados prometem revolucionar mercado de geotecnologia 150 150 Cimento Itambé

Mais versáteis, e com custo operacional até três vezes mais barato, os VANTs ajudam a agregar tecnologia 3D aos projetos de engenharia e contribuem para prevenir catástrofes naturais

Por: Altair Santos

A usina hidrelétrica de Jirau, em construção em Rondônia, é a primeira grande obra de infraestrutura do Brasil monitorada por veículos aéreos não tripulados (VANTs). Mensalmente, um equipamento sobrevoa a área da construção para verificar se o cronograma de trabalho está em dia e também para ajudar na montagem de relatórios ambientais sobre a megaobra. “O sistema monitora o desempenho das empresas que foram contratadas “, detalha Giovani Amianti, sócio da Xmobots, uma das cinco empresas brasileiras que já fabricam esse tipo de aeronave.

Brasil já dispõe de tecnologia para produzir VANTs, como o Apoena, usado para fazer o geoprocessamento da área onde está em construção a usina hidrelétrica de Jirau.

Essa não é a única aplicação dos VANTs no setor da construção civil. Os veículos são eficientes também para coletar imagens geológicas, fornecendo a topógrafos e engenheiros cartográficos dados mais precisos sobre áreas em estudo para receber rodovias, por exemplo. Os VANTs são capazes de realizar um mapeamento até 100% mais eficiente, se comparados a outros equipamentos.

No caso dos satélites, o detalhamento máximo chega a 50 centímetros. Já as aeronaves não tripuladas conseguem fornecer dados com até 25 centímetros de detalhamento. Por isso, a entrada desses veículos no mercado de geotecnologia é considerada revolucionária.

Além de permitir mapeamentos com um custo operacional até três vezes mais barato do que o de uma aeronave tripulada, o VANT aceita equipamentos que permitem realizar escaneamento em 3D.  Esse recurso tecnológico tem levado pequenos e médios municípios a promoverem atualizações cartográficas e a reverem suas políticas urbanas. Por enquanto, por causa da regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os VANTs não têm autorização para sobrevoar o espaço aéreo sobre grandes cidades.

Surgidos no final dos anos 1990, para uso militar, os VANTs têm se tornado cada vez mais presentes na área civil. Nos Estados Unidos, o investimento anual nestes equipamentos já ultrapassa os US$ 300 milhões, excluindo a área militar. O Brasil já conta com cinco empresas que produzem veículos aéreos não tripulados. Recentemente, os aparelhos tornaram-se objeto de pesquisa nas universidades. A UnB (Universidade de Brasília), por exemplo, trabalha em projetos para o desenvolvimento destes equipamentos em seu Laboratório de Automação e Robótica (Lara). USP (Universidade de São Paulo) e UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) também atuam nesta área.

Uma das finalidades dos veículos desenvolvidos nas universidades é servir para a prevenção de catástrofes naturais. O Sistema Nacional de Prevenção e Alerta, que está em fase de elaboração no Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) prevê o uso de VANTs. O projeto propõe a reunião de dados para que deslizamentos de terra e inundações tragam menos prejuízos para as populações em risco.

Os VANTs usados no Brasil têm, em média, de 1 metro a 2 metros de comprimento. Boa parte deles é operada a partir de uma base remota – um notebook equipado com softwares específicos, por exemplo – ou através de teleoperados. Nesse caso, a administração do voo é feita em tempo real, por meio de computadores, joysticks, celulares ou tablets. 

Entrevistado
Giovani Amianti, sócio da Xmobots
Currículo
– Possui graduação em engenharia mecatrônica pela Universidade de São Paulo (2005) e mestrado pelo Programa de Pós Graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade de São Paulo (2008)
– Atualmente é Sócio-Diretor de Sistemas Aviônicos da empresa XMobots Sistemas Robóticos, que encontra-se incubada no CIETEC. Tem experiência na área de sistemas aéreos não tripulados com ênfase em homologação de plataformas e sistemas aviônicos, atuando principalmente nos seguintes temas: Projeto Conceitual de VANTs, Projeto de Estabilidade e Desempenho de Plataformas VANT, Sistemas Aviônicos de VANTs, Homologação de plataformas VANTs e de Sistemas Aviônicos de VANTs, Hardware e Software Embarcados de Tempo Real Criticos
Contato:www.xmobots.com

Créditos Foto: Divulgação/XMobots

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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