USP prepara curso de engenharia da complexidade

Será a primeira graduação do Brasil com essa especialidade. Expectativa é de que turma pioneira comece em 2020, no campus de Santos-SP
23 de maio de 2018

USP prepara curso de engenharia da complexidade

USP prepara curso de engenharia da complexidade 1024 576 Cimento Itambé

Engenharia da complexidade: escolas-referência no mundo servirão de inspiração para a grade curricular do curso da USP. 
Crédito: Divulgação

Engenharia da complexidade: escolas-referência no mundo servirão de inspiração para a grade curricular do curso da USP. 
Crédito: Divulgação

A Escola Politécnica (Poli) da USP prepara o lançamento do primeiro curso de engenharia da complexidade do Brasil. A graduação será implantada no campus da cidade de Santos-SP, no litoral paulista. O curso terá duração de cinco anos e turmas anuais. A engenharia da complexidade utiliza de maneira integrada conhecimentos de outras áreas da engenharia e da ciência para analisar, compreender e propor soluções para ambientes que reúnem um conjunto diverso de componentes.

Idealizador do curso, durante o período em que foi diretor da Escola Politécnica da USP (2014-2018), o professor do departamento de engenharia de telecomunicações e controle da Poli, José Roberto Castilho Piqueira, afirma que a engenharia de complexidade é uma atividade interdisciplinar, capaz de promover a integração entre as diversas áreas – não só da engenharia, mas do conhecimento científico em geral.  “A engenharia de complexidade é a rota para projetos ousados”, resume.

Na prática, o engenheiro de complexidade terá capacidade de dialogar com todas as engenharias. Os professores da Poli-USP que estiveram na apresentação do curso exemplificaram a importância da especialidade com duas grandes questões que desafiam as metrópoles brasileiras. Uma, é a aglomeração da população no ambiente urbano. Isso exige intervenções que precisam ser feitas com a devida observação dos impactos social, cultural, ambiental e econômico. Outra, se refere ao aproveitamento do potencial de produção de combustível e energia elétrica a partir das reservas de petróleo e gás localizadas no pré-sal.

Brasil está atrasado na implantação do curso há pelo menos duas décadas

Para alcançar essas reservas, o Brasil vai precisar de soluções para a exploração de petróleo em águas superprofundas. “Precisamos ter uma visão ampla dos processos, pois é isso que constitui os diagnósticos da engenharia do século XXI. Temos grandes desafios a enfrentar, e criar esse curso é algo urgente e absolutamente oportuno”, afirma o engenheiro civil e secretário de energia e mineração do Estado de São Paulo, João Carlos Meirelles.

Apesar de ser novidade entre os cursos de graduação da Escola Politécnica da USP, a engenharia de complexidade já existe há pelo menos duas décadas em outros países. As escolas-referência são as universidades de Calgary (Canadá), Imperial College e Oxford (Reino Unido), Sidney (Austrália), Stanford e MIT (Estados Unidos). A grade curricular da graduação terá esses cursos como inspiração, mas adequada à realidade brasileira.

Alguns aspectos relacionados às disciplinas ainda estão sendo estruturados. Para sua implantação, é preciso que o curso de engenharia da complexidade seja analisado e aprovado por instâncias decisórias da USP. Por isso, ainda não há uma data definitiva para o início da graduação. Existe a expectativa de que possa ter a primeira turma em 2020.

Entrevistado
Direção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-US)
(via assessoria de imprensa)

Contato: comunicacao.poli@usp.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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