Perto dos 160 anos, torre do Big Ben passa por retrofit
Elizabeth Tower precisa sofrer reparos em sua estrutura, a fim de que possa suportar as 14 toneladas do relógio mais famoso do mundo
Elizabeth Tower precisa sofrer reparos em sua estrutura, a fim de que possa suportar as 14 toneladas do relógio mais famoso do mundo
Por: Altair Santos
Inaugurado em 1858, a torre que abriga o relógio mais famoso do mundo – o Big Ben – ficará três anos sem receber visitas. Oficialmente chamada de Elizabeth Tower, a edificação passará por reformas em sua estrutura e na fachada, além de ganhar elementos que vão melhorar a mobilidade para receber os milhares de turistas que a visitam anualmente, e também dos que trabalham na manutenção do relógio. Uma das novidades será a implantação de um elevador. O retrofit tem custo estimado em 150 milhões de reais e todo o projeto está a cargo de empresas de arquitetura e de engenharia britânicas.
Um dos reparos mais urgentes está relacionado ao reforço da estrutura de aço que sustenta o relógio. O equipamento pesa quase 14 toneladas e inspeções detectaram rachaduras e até uma pequena inclinação, o que compromete uma das qualidades do Big Ben: a precisão. Por isso, projetistas avaliam envolver o relógio em uma armadura de concreto. Para que isso ocorra, primeiro é necessário tratar das patologias que afetam a torre. Entre elas, rachaduras e fissuras, além do prédio carecer de reforços em seus pilares.
Antes das obras começarem, um aparato de andaimes foi instalado em volta da torre para escorá-la e também para permitir o acesso dos operários aos vários pontos que terão de ser reformados. Outra preocupação é com os sinos que compõem o Big Ben. Estudo da Universidade de Leicester, cujo departamento de engenharia civil presta assessoria técnica para a reforma, aconselhou que os sinos não sejam retirados, sob o risco de que eles possam não emitir mais o mesmo som de antes.
Martin Cockrill, técnico do departamento de engenharia da Universidade de Leicester, que lidera a equipe que assessora a reforma da Elizabeth Tower, também orienta sobre a recuperação do campanário do prédio, a fim de que não seja afetada a sonoridade do sino. Segundo ele, haverá a colocação de sensores nas paredes, a fim de que o espaço mantenha o mesmo desempenho acústico. “O objetivo é fazer tudo para preservar o som do conjunto de sinos”, diz.
Símbolo mundial
As reformas na Elizabeth Tower começaram em 2 de março de 2017. Além das obras estruturais, a torre ganhará equipamentos para prevenção de incêndio. Com o objetivo de poupar a escadaria em espiral de 334 degraus, também será instalado um elevador de serviço para atender as equipes de manutenção do relógio, que diariamente precisavam subir e descer a escada. No entanto, os turistas terão que continuar encarando os 334 degraus, já que é uma espécie de ritual para quem visita o Big Ben, em Londres.
A última grande reforma pela qual passou a Elizabeth Tower foi entre 1983 e 1985. “As propostas atuais abordarão uma manutenção mais minuciosa, pois teremos a tecnologia da construção a serviço da obra”, afirma Martin Cockrill. Já Tom Brake, porta-voz da comissão da Câmara dos Comuns, que autorizou o orçamento para a reforma, justifica o gasto, garantindo que é uma obrigação governamental assegurar que as “futuras gerações tenham a Elizabeth Tower preservada”. “Não estamos falando apenas de um símbolo britânico, mas mundial”, reitera. A Elizabeth Tower faz parte do complexo do Palácio de Westminster, que abriga o parlamento do Reino Unido.
Entrevistado
Assessoria de comunicação do parlamento do Reino Unido
Contato
HOCMediaCorporate@parliament.uk
Crédito Fotos: UK Parliament
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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