Tecnologia Concreto-PVC se propaga no Brasil
Sistema construtivo ganha espaço através do programa Minha Casa, Minha Vida e por causa das recentes catástrofes naturais ocorridas no país.
Sistema construtivo ganha espaço através do programa Minha Casa, Minha Vida e por causa das recentes catástrofes naturais ocorridas no país
Por: Altair Santos
O combate ao déficit habitacional tem estimulado o uso de um novo sistema construtivo no Brasil. Criado no Canadá, o Concreto-PVC passou a atrair o interesse de companhias habitacionais por causa da velocidade com que permite erguer casas de interesse social. Bem difundido no Rio Grande do Sul, o método de construção avança e já está presente em outros 11 estados. Através do programa Minha Casa, Minha Vida, ele hoje é aplicado também em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Alagoas.
Em São Paulo, a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) firmou parceria com a empresa que detém a tecnologia no país para atuar no projeto de reconstrução de casas na cidade de São Luis do Paraitinga. O município, em 2010, foi devastado pelas chuvas. Da mesma forma, o sistema recentemente foi escolhido para a construção de casas nos municípios que foram afetados pelas enchentes na região serrana do Rio de Janeiro, como Petrópolis e Teresópolis. “Já temos projetos aprovados nestes dois municípios”, diz o arquiteto Tiago Saretta Ferrari, responsável técnico da Royal do Brasil Technologies S.A.
O Concreto-PVC, internacionalmente conhecido como Royal Building System (RBS), é constituído por painéis ocos de duplo encaixe coextrudados de PVC. Com diversas espessuras, eles são preenchidos com concreto. A diferença para o sistema convencional de fôrmas é que as fôrmas ficam incorporadas à construção e servem como acabamento final, dispensando revestimentos adicionais como pinturas, rebocos e cerâmicas. O método é utilizado para construção de casas em diversos padrões, prédios industriais, prédios residenciais (em até cinco pavimentos) e comerciais, como escolas, hospitais e postos de combustíveis.
No Brasil, o Concreto-PVC passou a ter consultoria da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) para aprimorar o concreto utilizado no sistema construtivo. A tecnologia exige concreto bem fluído (abatimento 25 cm ou mais) e utiliza brita “0” ou pedrisco para um melhor preenchimento das fôrmas. No Rio Grande do Sul tem sido usado com eficiência o concreto leve com pérolas de EPS, para melhorar ainda mais os índices de conforto térmico e acústico. Por ser uma fôrma que fica incorporada à parede, o tipo de concreto a ser utilizado deve ter as características mínimas de resistência (de acordo com o projeto estrutural) e fluidez (para preenchimento adequado).
Para se adequar ao programa Minha Casa, Minha Vida, a empresa que detém a tecnologia no Brasil adaptou o sistema para a construção de casas populares. Ele permite erguer uma habitação de interesse social em 7 dias. Para uma residência de 56 m2, que utiliza fôrmas de 64 mm, são necessários para o preenchimento dos vãos aproximadamente 7,50 m3 de concreto. Outra vantagem é que o método pode ser utilizado com outros padrões de construção, como alvenaria convencional. Além disso, por sua boa capacidade termoacústica, está adaptado às oito zonas bioclimáticas brasileiras (ABNT NBR 15220-3 – Desempenho térmico de edificações – Parte 2), assim como atinge os valores de isolamento acústico para paredes externas, internas e geminadas em unidades residenciais.
Entrevistado
Tiago Saretta Ferrari, responsável técnico da Royal do Brasil Technologies S.A.
Currículo
– Arquiteto e urbanista (UFRGS-1998) e responsável técnico da Royal do Brasil Technologies S.A.
– Atua na área técnico-comercial e institucional da Royal do Brasil e no desenvolvimento de projetos com a utilização do sistema RBS
Contato: tferrari@royalbrasil.com.br
Crédito: Royal do Brasil Technologies S.A.
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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