Sustentabilidade torna-se o padrão do público investidor e redefine empreendimentos no Brasil
Inovação, eficiência e responsabilidade ambiental já são diferenciais competitivos no mercado imobiliário
O conceito de sustentabilidade na construção civil ultrapassou o discurso e passou a ser uma prática fundamental para quem projeta, constrói e habita. De acordo com Nilson Sarti, presidente da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o movimento é reflexo direto da mudança de mentalidade do consumidor e da própria evolução técnica do setor.

Crédito: Wagner Melo
“Sustentabilidade é um caminho sem volta. Hoje, quem compra um imóvel quer bem-estar, conforto térmico, ventilação e economia de energia e água”, afirma.
A pandemia acelerou essa conscientização. “Quem morava em edifícios sem tecnologias sustentáveis percebeu o quanto isso pesa no bolso e no conforto. Hoje o público quer viver em paz dentro de casa, e isso passa por projetos mais inteligentes e eficientes”, acrescenta.
Além disso, a percepção dos compradores também mudou. “O cliente entende que investir em um imóvel sustentável é investir em qualidade de vida e economia no longo prazo. E isso influencia não só a venda, mas também a revenda, uma vez que imóveis verdes têm maior valorização e menor vacância”, observa.
Segundo ele, os empreendimentos mais sustentáveis são mais baratos de operar e valorizam mais na revenda. “Em cidades como Salvador, já existem incentivos de IPTU e outorga verde para quem adota práticas sustentáveis”, cita.
Certificações ambientais em ascensão
A busca por selos verdes, como o GBC Condomínio, GBC Life e GBC Biodiversidade, tornou-se uma das principais ferramentas de valorização imobiliária. Segundo Sarti, a certificação é a “prova concreta” de que o empreendimento entrega mais eficiência e qualidade de vida.

Crédito: Wagner Melo
“Assim como os eletrodomésticos têm selo de eficiência energética, os imóveis também precisam mostrar que consomem menos e impactam menos o meio ambiente. Isso é algo que o comprador entende e valoriza”, explica.
Esses selos não se restringem mais apenas ao alto padrão. A CBIC observa a democratização da sustentabilidade, com empreendimentos populares já adotando painéis fotovoltaicos e sistemas de reuso de água. “O programa Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, já incorpora energia solar até nas faixas de menor renda. Isso mostra que o mercado está se ajustando à nova realidade”, complementa Sarti.
Sustentabilidade aplicada
Um dos exemplos dessa nova geração de empreendimentos é o Bossa, em Curitiba, projeto entregue pela Construtora TM3 em dezembro de 2023. Com apenas 14 unidades e três certificações ambientais (GBC Condomínio, GBC Life e GBC Biodiversidade), o edifício foi planejado para integrar eficiência, saúde e regeneração ambiental.

Crédito: Divulgação/CBIC
Segundo Lais Ito, engenheira civil da Construtora TM3, o empreendimento mostra que sustentabilidade e sofisticação podem caminhar juntas. “O Bossa gera mais de 91% da energia das áreas comuns com placas fotovoltaicas, reutiliza água da chuva, reciclou 99,9% dos resíduos da obra e usa materiais que reduzem em mais de 82% as emissões de compostos orgânicos voláteis”, explica.
O conforto ambiental foi projetado em conformidade com a NBR 15575, garantindo desempenho térmico e lumínico acima da média. “Cada apartamento conta com sensor de qualidade do ar, persianas que bloqueiam 95% da luz externa e metais eficientes que reduzem o consumo de água”, acrescenta Iago de Oliveira, consultor de sustentabilidade do projeto.
Outro diferencial está na biodiversidade urbana: 100% das espécies usadas no paisagismo são nativas, e todas as árvores são frutíferas. “Mais de 41% da área verde é composta por plantas polinizáveis, o que atrai aves e insetos e ajuda a regenerar o ecossistema local”, completa Oliveira.
Consumidor mais consciente e marcas mais fortes

Crédito: Wagner Melo
Para a CBIC, o avanço dos empreendimentos sustentáveis está transformando o mercado imobiliário brasileiro. “A sustentabilidade deixou de ser um discurso de marketing e virou estratégia de negócio”. Ela reduz custos operacionais, melhora o desempenho das edificações e cria um diferencial competitivo poderoso”, aponta Sarti.
No caso do Bossa, o retorno foi evidente. “Depois da entrega, recebemos diversos feedbacks positivos. Muitos moradores disseram que a sustentabilidade foi determinante na compra”, conta Lais Ito. “Essas certificações fortalecem a credibilidade da marca e agregam valor aos próximos lançamentos.”
Um futuro mais verde para o setor
O Brasil ainda enfrenta desafios, como ampliar a cultura de manutenção e incentivar financeiramente a construção verde, mas os avanços são visíveis. A CBIC aposta em iniciativas como o Prêmio CBIC de Sustentabilidade, que valoriza boas práticas ambientais em obras de todo o país. “Temos visto um número crescente de incorporadoras que colocam o tema no centro da estratégia. Não é apenas sobre reduzir impacto, mas sobre construir cidades mais humanas, eficientes e resilientes”, conclui.
Entrevistados
Nilson Sarti é graduado em Engenharia Civil pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), MBA em Gestão Empresarial pela FGV, Diretor da Akasa Incorporadora, atual Conselheiro e ex-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (ADEMI-BA), vice-presidente de área da CBIC e presidente da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Laís Ito é graduada em Engenheira Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com pós-graduação em Administração e Negócios e em Gerenciamento de Obra pela mesma instituição. Possui certificação Lean Six Sigma Green Belt, com experiência em gestão estratégica e melhoria contínua de processos e foco em inovação.
Iago de Oliveira é graduado em Engenharia Civil, Consultor de Sustentabilidade e Sócio da Bloco Base, escritório de projetos e consultoria para sustentabilidade, conforto e eficiência na construção civil, que atende clientes como AG7, Weefor, GT Building, Bidese, ATR, IDEE, Altma, HIEX, Hype, Neolar e Treéle.
Contatos
ascom@cbic.org.br (Assessoria de Imprensa)
mariana@triangulocomunicacao.com (Assessoria de Imprensa)
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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