Simpósio Paranaense de Patologia das Construções reforça integração entre academia e setor produtivo

Especialistas debateram mecanismos de degradação do concreto, tecnologias de diagnóstico e critérios de especificação de materiais.

Pesquisadores, profissionais da indústria e especialistas da construção civil reuniram-se no 5º Simpósio Paranaense de Patologia das Construções, realizado pela Universidade Federal do Paraná entre os dias 20 e 22 de agosto. O objetivo do encontro, que se consolidou como fórum regional de referência, foi aprofundar a compreensão dos mecanismos de degradação do concreto e debater estratégias para aumentar a durabilidade e a segurança das edificações.

Segundo o professor Marcelo Medeiros, diretor do Centro de Estudos em Engenharia Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a relevância do simpósio está na capacidade de traduzir conhecimento acadêmico em práticas aplicáveis ao mercado. “Discutir patologia das construções é militar a favor da durabilidade das edificações, da eficiência das estruturas e da segurança dos usuários. É compreender os mecanismos de degradação de modo a evitar falhas que podem culminar em acidentes”, afirmou.

A grade técnica do evento contemplou palestras que abordaram investigações microestruturais e aplicação de tecnologias avançadas no estudo do concreto. Entre os destaques, diversos temas de interesse, tanto da academia quanto do mercado. Além disso, as discussões também se voltaram a manifestações patológicas resultantes de incêndios em edificações, custos ocultos de falhas estruturais e novas metodologias para inspeção de pontes e sistemas de revestimento.

Legenda: Controle da composição do cimento e adoção de parâmetros técnicos permitem reduzir perdas econômicas e aumentar a vida útil das obras
Crédito: Envato

Etringita tardia: um desafio para a durabilidade

Entre os conteúdos apresentados, ganhou destaque a palestra do engenheiro Guilherme Bessornia, coordenador de Assessoria Técnica da Cimento Itambé, que tratou da relação entre composição do clínquer e formação de etringita tardia (DEF – Delayed Ettringite Formation).

No painel intitulado “Controle do Teor de C3A e sua Influência na Formação de Etringita Tardia”, Bessornia detalhou como o teor de aluminato tricálcico (C3A) influencia a cinética da reação e as condições favoráveis ao surgimento da DEF. “Compreender a interação entre o teor de C3A e a formação da etringita é fundamental para mitigar riscos de expansão e fissuração em estruturas massivas, como barragens, pilares e fundações profundas”, destacou.

O especialista ressaltou ainda que medidas preventivas dependem de critérios rigorosos de especificação. “O controle da composição do cimento e a adoção de parâmetros técnicos internacionalmente reconhecidos permitem reduzir perdas econômicas e aumentar a vida útil das obras”, complementou.

Avanços e continuidade

Segundo Medeiros, a recorrência de falhas em marquises de concreto armado, registradas em diferentes capitais brasileiras nos últimos anos, evidencia a necessidade de uma agenda permanente de atualização técnica no setor. Para os organizadores, o simpósio reafirma o papel da universidade como ponte entre pesquisa aplicada e soluções práticas de engenharia.

Com os resultados positivos da edição de 2025, já está confirmada a realização da próxima edição em agosto de 2026, mantendo a patologia das construções como tema central de debate e avanço científico.

Entrevistados

Guilherme Bessornia é bacharel em Engenharia Química (UNISO), especialista em Engenharia de Materiais (UMC) e mestrando em Ciência e Tecnologia de Materiais (UNESP), com experiência em pesquisa, desenvolvimento e assessoria técnica em materiais cimentícios e químicos aplicados à construção civil. Atualmente, é Coordenador de Assessoria Técnica na Cimento Itambé.
Marcelo Medeiros é professor da UFPR e diretor do CESEC (Centro de Estudos em Engenharia Civil) 

Contatos
guilherme.bessornia@cimentoitambe.com.br
medeiros.ufpr@gmail.com

Jornalista responsável
Ana Carvalho
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