Setor de máquinas deve ter cenário estável para o próximo ano

Sobratema projeta alta de 1% na linha amarela e queda de 1% nas vendas do setor de equipamentos

O Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos, apresentado durante o 20ºevento Tendências no Mercado da Construção, mostrou que para 61% das construtoras, locadoras, empresas de serviços e dealers, o setor deve crescer em 2026. Esse percentual é um pouco maior para 2027 (63%).

Para 2026, o Estudo de Mercado da Sobratema projeta estabilidade: crescimento de 1% nas vendas de máquinas da linha amarela e leve queda de 1% no setor geral de equipamentos.

Resultados de 2025

Durante o evento, Mário Miranda, coordenador do Estudo de Mercado, apresentou dados que mostram uma queda na confiança das empresas compradoras — construtoras, locadoras e prestadoras de serviços — em relação ao desempenho até outubro de 2025. Segundo o levantamento, 68% afirmaram que 2025 deve ser igual ou melhor que 2024, percentual significativamente menor que os 90% registrados no ano anterior, uma retração de 22 pontos percentuais.

No que diz respeito ao desempenho real das empresas compradoras, 57% disseram ter alcançado o planejado ou superado expectativas, diante dos 71% observados em 2024.

Entre os dealers, 72% acreditam que o setor está estável ou em melhora, número levemente inferior ao índice de 76% registrado no ano passado. As expectativas para o final de 2025 também recuaram: 44% projetam um cenário igual ao de 2024 ou de crescimento menor, ante 65% no levantamento anterior.

“O que observamos foi uma pequena queda nas expectativas. Dealers e fabricantes esperavam um cenário um pouco mais favorável em relação às vendas”, afirmou Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, que foi o moderador do Tendência no Mercado da Construção.

Apesar desse ajuste de expectativas, algumas empresas do setor têm registrado desempenho positivo. Para Lucas Novaes, diretor de Obras da Jofege Pavimentação e Construção, 2025 foi um ano produtivo para boa parte das empresas do estado de São Paulo: “Conseguimos comprar bastante equipamento e trabalhamos com muita locação. Foi um ano muito bom, e a tendência é que isso se mantenha no próximo ano.”

O ambiente financeiro segue como fator crítico. Com a Selic em 15%, uma das maiores da história recente, o acesso ao crédito permanece restrito. De acordo com Rafael Murrer, economista sênior do Banco Bradesco, “com juros tão altos, as instituições financeiras naturalmente ficam mais cautelosas. Além do encarecimento do crédito, há aumento do risco de inadimplência e de prazos. Isso reduz o ritmo das operações.”

Para 61% das construtoras, locadoras, empresas de serviços e dealers, o mercado de máquinas deve crescer em 2026.
Crédito: Caio Gomes

No mercado de seminovos, a percepção é de um ano positivo, mas abaixo do excepcional. Jonathan Pedro Butzke, head de Operações do Maquinalista, destacou que a procura se manteve aquecida, especialmente por retroescavadeiras: “Se a máquina tiver o preço adequado — independentemente do estado — ela vende. O mercado performou bem, embora não de forma extraordinária.”

Desafios e oportunidades

O cenário de 2025 apresenta três grandes desafios e três importantes oportunidades, segundo Miranda.

O primeiro desafio é o ambiente financeiro, marcado por juros elevados, crédito restrito, SELIC a 15% ao ano, inflação persistente e aumento do IOF — um conjunto de fatores que limitam a capacidade de investimento. O segundo envolve as incertezas econômicas e políticas, como baixa projeção de crescimento do PIB, mudanças no arcabouço fiscal e tributário e elevado gasto público. Já o terceiro desafio diz respeito aos riscos de mercado que afetam construção, mineração e setores correlatos: aumento de custos e insumos, riscos geopolíticos e climáticos, escassez de capital e falta de programas de incentivo.

Do lado das oportunidades, destaca-se primeiro o avanço do mercado de rental, impulsionado pela crescente demanda por máquinas e equipamentos, maior mecanização e investimentos privados em construção leve e pesada, agronegócio, mineração e óleo e gás. A segunda oportunidade é o aumento do volume de investimentos no país, com mais concessões de infraestrutura, ampliação das PPPs e adoção crescente de tecnologias e automação. A terceira é a ampliação dos programas governamentais, que tende a estimular o setor com financiamentos para construção, mineração e agregados, além da continuidade de obras e investimentos em urbanização, saneamento e abastecimento de água.

Tendências para 2026

Para o vice-presidente da Sobratema, o estudo indica um cenário estável para o próximo ano. “Lembrando que temos uma média de 34,7 mil máquinas comercializadas nos últimos cinco anos. Mas, no Brasil, sempre há espaço para surpresas, principalmente com o ritmo acelerado das obras de infraestrutura”, afirmou.

Na linha amarela, as categorias de maior volume — retroescavadeiras, escavadeiras hidráulicas e pás-carregadeiras — devem manter estabilidade em 2026. Juntas, representam cerca de 70% do mercado.

Segundo Denis Caetano, responsável pela estratégia comercial de tecnologias da Caterpillar para a América Latina, as retroescavadeiras continuam com demanda forte, mesmo com o avanço dos mini equipamentos. Para 2025, o estudo prevê que os mini equipamentos devem repetir os bons resultados do ano anterior, com destaque para as minicarregadeiras, cuja projeção indica alta de 21% nas vendas.

Miranda acrescenta que, desde 2021, o mercado de equipamentos vem apresentando crescimento sustentável, com média anual de 56 mil máquinas vendidas. “O setor ocupa um patamar muito bom, com espaço para crescer em infraestrutura, mineração, agronegócio, florestal e obras governamentais”, afirma.

Nesse contexto, Thomas Spana, gerente de Marketing da divisão de Construção da John Deere para a América Latina, lembrou que 2022 registrou um pico de vendas impulsionado pelo agronegócio aquecido, o que motivou forte renovação de frota. Segundo ele, algo semelhante pode ocorrer novamente, dependendo do ritmo dos investimentos públicos e privados:

“Existe sazonalidade, e precisamos considerá-la. Se houver novos investimentos do governo, o mercado pode acelerar.”

Fontes

Mário Miranda, coordenador do Estudo de Mercado da Sobratema.

Erimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema.

Lucas Novaes, diretor de Obras da Jofege Pavimentação e Construção.

Rafael Murrer, economista sênior do Banco Bradesco.

Jonathan Pedro Butzke, head de Operações do Maquinalista.

Denis Caetano é responsável pela estratégia comercial de tecnologias da Caterpillar para a América Latina.

Thomas Spana, gerente de Marketing da divisão de Construção da John Deere para a América Latina.

Contato

Assessoria de imprensa – sylvia@meccanica.com.br

Jornalista responsável: 
Marina Pastore – DRT 48378/SP 
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