Século 21 é do concreto, o material do futuro
Ph.D palestra em congresso do IBRACON e relata como convence seus clientes a usar o material em suas edificações
“Esse é o século do concreto”. A frase marcou a palestra do engenheiro civil Robert Stark Feldman no 60º Congresso Brasileiro do Concreto, realizado na semana passada em Foz do Iguaçu-PR. Conhecido engenheiro estrutural na América do Norte, Stark tem como honraria máxima a medalha Charles S. Whitney, concedida pelo American Concrete Institute (ACI) por ser um defensor convicto do concreto. Com base em sua crença no material, ele vem quebrando paradigmas no país em que está localizado seu escritório de consultoria: o México.
No país latino-americano as estruturas em aço ou mistas (aço+concreto) eram predominantes até que a Stark + Ortiz começasse a projetar edifícios em concreto e comprovasse que eles são mais resistentes a abalos sísmicos. “A engenharia mexicana estava toda concentrada no aço, por causa das questões sísmicas. Também havia a falsa ideia de que estruturas de aço são mais rápidas de erguer e que, consequentemente, podem tornar a obra menos custosa. Revertemos esses conceitos no canteiro de obras”, afirma.
Robert Stark, que é Ph.D em engenharia estrutural pela Universidade de Illinois e professor da Escola de Engenharia da Universidade Nacional do México (UNAM) desde 1979, começou a convencer de que estava certo quando iniciou a construção de prédios altos em concreto, a um custo 40% menor do que os que possuíam estruturas em aço. “Eu disse: em aço, consigo erguer um pavimento a cada três dias, mas em concreto eu levanto um pavimento em cinco dias, mas a um custo 40% menor. Provei e fiz, convencendo um dos escritórios mais renomados de arquitetura, o Norman Fosters, e que só construía com estruturas de aço”, relata.
Prédio mais alto do México tem estrutura 100% em concreto
Porém, a redenção das estruturas de concreto no México ocorreu quando Robert Stark projetou o KOI Tower, na cidade de Monterrey, tornando-o a edificação em concreto mais alta do país, com 280 metros de altura, e inaugurado em 2017. “É outro case em que o arquiteto queria estruturas de aço, mas o convenci a mudar de ideia com um simples argumento. Disse a ele que no México é permitido construir quase tudo com estruturas de aço, menos hospitais, que devem ter estruturas em concreto. Por quê? Pelo motivo de que os abalos sísmicos não podem derrubar os hospitais. Eles precisam ficar em pé para atender os feridos. Ora, se os hospitais são em concreto para suportar terremotos, por que não os prédios altos? O arquiteto se convenceu”, conta.
Pelas projeções de Robert Stark, a partir de 2025 nenhum arranha-céu no mundo será construído em aço ou em sistema misto (aço+concreto). Segundo ele, o concreto vai predominar 100%. “A tecnologia do concreto é uma das que mais evolui no mundo. Concretos de alta resistência hoje suportam grandes pressões, desde fenômenos climáticos intensos até abalos sísmicos. Digo que desde 2004 vivemos a era do concreto, e provo: de 1920, quando começaram a proliferar os arranha-céus, até 1983, a grande maioria dos prédios tinha estruturas de aço. De 1983 até o final do século passado, predominaram as estruturas mistas. A partir de 2004, quando começou a construção do Burj Khalifa, que é o maior prédio do mundo e todo em concreto, o mundo se convenceu de que esse é o material do futuro. Por isso, não tenho medo e afirmar: esse é o século do concreto”, finaliza.
Entrevistado
Reportagem com base em palestra concedida pelo Ph.D em engenharia de estruturas, e professor da Universidade Nacional do México (UNAM), Robert Stark Feldman, durante o 60º Congresso Brasileiro do Concreto, promovido pelo IBRACON
Contato: fainge@unam.mx
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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