Produção de energia eólica no Brasil se equipara a Itaipu

Segundo Global World Energy Council (GWEC), Brasil ocupa 8º lugar no ranking mundial em produção de energia pelo vento
12 de abril de 2018

Produção de energia eólica no Brasil se equipara a Itaipu

Produção de energia eólica no Brasil se equipara a Itaipu 1024 725 Cimento Itambé
Elementos de concreto podem ser produzidos no local de instalação dos parques eólicos. Crédito: Divulgação

Elementos de concreto podem ser produzidos no local de instalação dos parques eólicos. Crédito: Divulgação

A capacidade instalada de energia eólica no Brasil alcançou 12,763 gigawatts (GW) no começo de 2018, se aproximando da capacidade instalada da hidrelétrica de Itaipu (14 GW). Esse potencial foi atingido em menos de 10 anos. O primeiro leilão no país ocorreu em 2009. Até 2014, havia poucos parques eólicos no país. No entanto, a entrada da iniciativa privada no setor fez a geração de energia pelo vento dar um salto a partir de 2015. Atualmente, já representa 11% de todo o potencial energético brasileiro – principalmente em meses mais secos -, e com viés de alta.

Segundo dados da Global World Energy Council (GWEC), o Brasil alcançou o 8º lugar no ranking mundial de produção de energia eólica em 2017. Até o final de 2020, a expectativa é de que o país atinja a capacidade instalada de 18,63 GW. De acordo com a ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), a meta é de que nos próximos cinco anos a produção de energia pelo vento cresça 46% no país. “O Brasil vem galgando posições no ranking mundial de capacidade instalada total de energia eólica de forma consistente. Em 2015, nós entramos no ranking em 10º lugar e, desde então, subimos uma posição por ano”, diz nota da associação, assinada pela presidente Élbia Gannoum.

Segundo o professor Pedro Luiz Côrtes, do Programa de pós-graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP, o aumento da capacidade de geração de energia eólica no Brasil trará também ganhos ambientais. “Hoje, as usinas hidrelétricas são as principais fontes de energia e, quando as represas estão com baixa capacidade de armazenamento, a compensação é feita pelas termoelétricas, que possuem um grande impacto ambiental e são mais caras. Com o crescimento das eólicas, elas se tornam uma alternativa real para suprir a baixa demanda das hidrelétricas quando elas estiverem com seus reservatórios abaixo do normal”, diz.

Construção industrializada do concreto vira parceira da energia eólica

Atualmente, quem mais se beneficia dos parques eólicos no Brasil é a região nordeste. Em 2017, a energia produzida pelos ventos chegou a abastecer mais de 60% da região. O recorde foi batido em 30 de julho de 2017. A estiagem de seis anos causou forte impacto nas usinas da bacia do São Francisco, afetando a geração de energia hidrelétrica. As eólicas compensaram esse déficit e, no final de julho do ano passado, responderam por 64,2% da energia consumida na região, segundo dados do Operador Nacional do Sistema (ONS).

O Brasil possui atualmente 486 parques eólicos. Pela ordem, de acordo com a ABEEólica, Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul, Piauí, Pernambuco, Santa Catarina, Paraíba, Sergipe, Rio de Janeiro e Paraná são os dez maiores produtores de energia eólica do país. Parceira na construção de torres para sustentar os geradores, a construção industrializada de concreto encontrou no setor um nicho para expandir sua produção e implantar novas tecnologias.

Uma das vantagens da construção industrializada do concreto é que ela permite construir os elementos das torres no local de implantação do parque eólico, a partir da instalação de pequenas concreteiras nos canteiros de obras. Neste caso, em comparação com as torres que utilizam componentes de aço, o processo global de construção e montagem dos parques pode se mostrar mais barato e elimina grande parte da logística de transporte das estruturas pelas rodovias. Além disso, as torres de concreto pré-fabricado se mostram competitivas para alturas superiores a 100 metros, enquanto as de aço variam de 65 metros a 80 metros.

Confira gráficos sobre a produção global de energia eólica

Fonte: GWEC (Global Wind Energy Council).jpg

Fonte: GWEC (Global Wind Energy Council).jpg

Entrevistados
– ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) (
via assessoria de imprensa)
– Pedro Luiz Côrtes, professor do Programa de pós-graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP
– Operador Nacional do Sistema (ONS)(
via assessoria de imprensa)

Contatos
selma@abeeolica.org.br
plcortes@usp.br
imprensa@ons.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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