Pré-fabricado ajuda a construir a escola ideal
Projeto arquitetônico e sistemas construtivos empregados em obra na cidade de Várzea Paulista viram modelo para estruturas de ensino público de SP
Projeto arquitetônico e sistemas construtivos empregados em obra na cidade de Várzea Paulista viram modelo para estruturas de ensino público de SP
Por: Altair Santos
Em São Paulo, o governo estadual, através da Fundação para Desenvolvimento do Ensino (FDE), lançou um desafio aos escritórios de arquitetura. Propôs que eles apresentassem projetos de escolas em que o sistema construtivo principal fosse o pré-moldado de concreto. O objetivo era, através de componentes industrializados, viabilizar novas escolas mais rapidamente e obter uma arquitetura que oferecesse espaço e conforto para alunos e professores, além de salas de aula com bom desempenho térmico e acústico. Entre os conceitos apresentados, destacou-se o do escritório FGMF – Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos -, que foi viabilizado em julho de 2008 no município de Várzea Paulista, localizado no entorno de Jundiaí-SP.
Executada próxima de uma das comunidades mais carentes da cidade, a escola tornou-se modelo para construções com a mesma finalidade. Além disso, teve um canteiro de obras enxuto e cumpriu o cronograma à risca, com as obras começando em março de 2007 e terminando um ano e quatro meses depois. O consumo de concreto foi de pouco mais de 550 m³. Deste volume, 90% estão concentrados nas peças industrializadas e nos artefatos usados no acabamento da escola. “O perfil do projeto proposto pelo FDE exigia uma grande racionalização entre a estrutura e o espaço”, diz o arquiteto Fernando Forte, que investiu em brises com tijolos de concreto vazado, pé direito altíssimo, adaptação às inclinações do terreno e amplas áreas de convivência e funcionalidade.
Prédio sustentável
Com área construída de 2.703 m², a escola de Várzea Paulista é, na verdade, um conjunto de dois prédios. Um, com três pavimentos, abriga administração, refeitório, cozinha e banheiros no térreo. No primeiro andar estão salas de aula, salas-ambiente, informática e depósitos. No pavimento superior encontram-se salas de professores e diretores. O segundo edifício, unido ao primeiro, é um galpão coberto, com pé-direito duplo e que abriga uma quadra poliesportiva.
Para viabilizar a estrutura do prédio foram usadas vigas e pilares simples, que sustentam uma laje protendida pré-moldada de concreto aparente. Apenas para sustentar a fachada, que une os dois prédios e transmite a sensação de que se trata de uma construção monolítica, é que foram usadas vigas mais espessas no formato em “L”, a fim de que pudessem sustentar os brises feitos com elementos vazados de concreto.
O desenho dos blocos de concreto que formam os brises foi pensado para explorar ao máximo a luz natural, gerando economia no consumo de energia elétrica, e também aproveitar a ventilação natural, poupando a escola de gastar recursos com equipamentos de ar-condicionado. Além de valorizar a sustentabilidade, a obra também foi pensada para cumprir um serviço social. Nos finais de semana, o ginásio mantém-se aberto para a prática de atividades esportivas e os grandes vãos da escola funcionam como uma praça para os moradores. Em função desta arquitetura da escola ideal, o escritório FGMF recebeu menção honrosa na Bienal de Arquitetura de Brasília e o prêmio especial Eduardo Kneese de Mello, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Entrevistado
Escritório de arquitetura escritório FGMF – Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos (via assessoria de imprensa)
Contato: fgmf@fgmf.com.br
Créditos Fotos: Divulgação/FGMF/Nelson Kon
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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