Planejamento estratégico requer mergulho no DNA da empresa
Companhias despertam para esse modelo administrativo, onde buscam conjunto de ações táticas e operacionais para ficar alinhadas com as exigências do mercado.
Companhias despertam para esse modelo administrativo, onde buscam conjunto de ações táticas e operacionais para ficar alinhadas com as exigências do mercado
Por: Altair Santos
Atentas aos movimentos econômicos, construtoras e incorporadoras têm procurado projetar seus negócios a médio e longo prazo. Para obter respostas, buscam novos modelos administrativos. Entre eles, o planejamento estratégico. “As empresas recorrem a essa ferramenta para entender o ambiente externo, perceber as perspectivas da economia brasileira e projetar o mercado imobiliário pelo menos para os próximos três anos. Com ela, é possível detectar as virtudes e fraquezas da companhia, em comparação aos seus principais concorrentes, e implantar um plano de ação que vai balizar os caminhos da corporação”, explica Roberto de Souza, diretor-presidente do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações).
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Atualmente, entre as construtoras que adotam políticas de planejamento estratégico estão Plaenge, Andrade Gutierrez, Odebrechet, Brookfield, Cyrela Brasil, Even, PDG, Tecnisa, Camargo Corrêa, MRV e Gafisa. No entanto, a construção civil não está entre os setores da economia que lideram o ranking de ações voltadas a esse modelo de gestão. As áreas financeiras e de tecnologia estão mais adaptadas ao conceito. E poder público também começa a mergulhar neste universo. “Percebe-se ainda um despertar das empresas de médio e pequeno porte”, afirma Roberto de Souza.
No entanto, o especialista alerta que, embora as empresas reconheçam a necessidade desse planejamento, muitas delas esbarram em dificuldades para elaborá-lo. “Um dos empecilhos reside na cultura da maioria das incorporadoras e construtoras, que estão focadas muito mais na visão operacional que nas visões táticas e estratégicas. Por conta do crescimento acelerado do mercado, os esforços e o tempo dos executivos e gestores têm se concentrado na geração de negócios, na aprovação de projetos, no controle de prazos e custos e na qualidade das obras. A falta de dados e informações sistematizadas das operações empresariais dificulta a análise macro do mercado e dos negócios das empresas”, destaca Roberto de Souza.
Independentemente do setor em que atua, a companhia que deseja adotar o planejamento estratégico em sua administração precisa envolver todos os seus setores e promover o autoconhecimento da organização, procurando descobrir suas vocações. “Trata-se de um verdadeiro mergulho no DNA empresarial, o que permitirá identificar seus pontos fortes e fracos, as ameaças e oportunidades oferecidas pelo mercado, além de mapear a capacidade da empresa de criar valor para o seu negócio”, cita o diretor-presidente do CTE, ressaltando que o que falta às corporações é fazer rodar o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Action) na gestão dos processos empresariais, ou seja, planejar, fazer, checar e agir. “Ele ajuda a identificar desvios e promover ações corretivas e preventivas.”
Roberto de Souza enumera que atualmente as construtoras precisam cuidar dos seguintes ativos: profissionais qualificados, boas parcerias, gestão tecnológica, ações de sustentabilidade, tecnologia da informação, marketing e fidelização de clientes. São componentes que formam o planejamento estratégico, sem os quais a empresa se comporta como um barco à deriva. Por outro lado, a adoção do planejamento estratégico constitui-se em um grande passo para minimizar riscos e manter a empresa viva e competitiva”, ressalta, lembrando, porém, que planejamento estratégico não é apenas adquirir softwares que permitam implantá-lo. “Tudo depende do envolvimento da alta e da média direção da empresa para que o conceito seja disseminado”, completa.
O diretor-presidente do CTE avalia ainda que sempre é bom ter o apoio de consultores para dar o “start” no processo. “O especialista vai proporcionar aos acionistas e executivos uma visão objetiva dos fatores que devem ser considerados no desempenho competitivo da organização, assim como orientar quais devem ser os esforços de planejamento e gestão estratégica”, cita, lembrando que há uma vasta literatura sobre o assunto para quem quiser saber mais sobre esse modelo gerencial.
Confira: Clique aqui
Entrevistado
Roberto de Souza, diretor-presidente do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações)
Currículo
– Engenheiro civil, mestre e doutor em engenharia pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo)
– Atualmente é o diretor-presidente do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), empresa associada ao Instituto Ethos, USGBC, GBC Brasil e CBCS (Conselho Brasileiro de Construção Sustentável)
– Em 2011, o CTE ganhou o prêmio Green Building Brasil como empresa sustentável de serviços
Contato: roberto@cte.com.br / http://www.cte.com.br
Créditos foto: Divulgação/CTE
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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