Paraguai lança plano para ter só estradas em concreto

Em 10 anos, o país pretende substituir o pavimento asfáltico pelo pavimento rígido em suas principais rodovias
1 de novembro de 2018

Paraguai lança plano para ter só estradas em concreto

Paraguai lança plano para ter só estradas em concreto 1024 683 Cimento Itambé
9º Congresso Iberoamericano de Pavimentos de Concreto,

Projeto paraguaio que prioriza o pavimento rígido foi apresentado no 9º Congresso Iberoamericano de Pavimentos de Concreto, realizado em Assunção. Crédito: Pánfilo Leguizamón/La Nacion

No 9º Congresso Iberoamericano de Pavimentos de Concreto, que aconteceu recentemente em Assunção, o Paraguai apresentou o conteúdo de sua nova lei de pavimentos. Trata-se do projeto mais ousado entre os países da América Latina. Em 10 anos, o país pretende substituir o pavimento asfáltico pelo pavimento rígido em suas principais rodovias. A meta já começou a ser colocada em prática. Segundo explica autoridades do governo paraguaio, ligadas aos organismos de infraestrutura do país, é menos custoso para o país ter pavimento rígido.

A explicação é que o país importa 100% do petróleo que utiliza e o custo do asfalto é mais caro para o uso em rodovias. Já o cimento para a construção de rodovias é mais barato, mesmo que parte da produção tenha que ser importada. “Há dez anos tentou-se que o ministério de Obras Públicas licitasse pavimento rígido e não houve bons resultados. Desta vez, a INC (Indústria Nacional do Cimento) deu força ao projeto de lei, e tanto a CAHIPE (Câmara Paraguaia da Indústria do Concreto Elaborado) como as demais organizações privadas do setor de construção se mantiveram fortes em sua posição, o que dá respaldo para que o projeto avance”, diz Felix Zelaya Méndez, porta-voz do ministério de Obras Públicas.

Parte do pavimento em concreto do projeto paraguaio será empregado na Rota Bioceânica – rodovia que pretende ligar o Atlântico ao Pacífico, cruzando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. No território paraguaio, a estrada terá 678 quilômetros. O Paraguai garante que em três anos concluirá a pavimentação do tronco rodoviário. Segundo o ministério das Relações Exteriores do Paraguai, o país investirá mais de R$ 3,4 bilhões na obra. O dinheiro sairá de uma aliança do governo paraguaio com o setor privado.

Técnica de whitetopping será usada para substituir o asfalto pelo concreto

Para o presidente da CAPIHE, José Vinader Ashwell, segundo afirmou na abertura do 9º Congresso Iberoamericano de Pavimentos de Concreto, o Paraguai é hoje o país da América que mais investe em pavimento rígido. “Estamos trabalhando para que o pavimento de concreto seja uma realidade no Paraguai”, diz. A meta do plano paraguaio é ter 30% de suas rodovias asfaltadas substituídas pelo pavimento de concreto até 2021. Para isso, a técnica de whitetopping (revestimento de um pavimento asfáltico existente com uma camada de concreto de cimento Portland) será priorizada.

Vale lembrar que o Paraguai é um país com baixíssima taxa de pavimentação em suas rodovias. Dos 71.250 quilômetros oficialmente reconhecidos como estradas no território paraguaio, apenas 6.832 são pavimentados, ou seja, menos de 10%. A meta é, em 10 anos, atingir 10.200 quilômetros. Além da Rota Bioceânica, a Rota Trans Chaco também é relevante para esse projeto. A rodovia, que atualmente é usada para provas internacionais de rali, será totalmente pavimentada em concreto. Ela liga o parque nacional do Chaco, na fronteira com a Bolívia, até Encarnación, na divisa com a Argentina.

Entrevistado
Reportagem com base no projeto apresentado no 9º Congresso Iberoamericano de Pavimentos de Concreto pelo governo do Paraguai

Contato: bhconcre@telesurf.com.py

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
1 de novembro de 2018

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