Olimpíadas vão gerar bairro mais sustentável do Brasil

23 de outubro de 2013

Olimpíadas vão gerar bairro mais sustentável do Brasil

Olimpíadas vão gerar bairro mais sustentável do Brasil 1024 489 Cimento Itambé

Ilha Pura abrigará 50 mil moradores depois dos jogos de 2016. Complexo sustentável terá 31 edifícios de 17 andares cada um e consumirá 350 mil m³ de concreto

Por: Altair Santos

O evento dos jogos olímpicos, que acontece daqui a três anos no Rio de Janeiro, tem entre seus projetos essenciais a construção da vila olímpica – local que tradicionalmente abriga os atletas que disputam as competições. No caso da Vila dos Atletas, a Construtora Odebrecht planeja transformá-la no bairro mais sustentável do Brasil.

Projeção de como ficará a Vila dos Atletas, que após as Olimpíadas se transformará no bairro Ilha Pura

Depois de agosto de 2016, o local será rebatizado de Ilha Pura e deverá abrigar 50 mil moradores. As obras estão 15% concluídas e devem ser finalizadas no final de 2015, com prazo-limite até maio de 2016. Segundo Maurício Cruz Lopes, diretor de projetos da Odebrecht, desde o início da construção da Vila dos Atletas tem sido tomadas medidas que garantam a sustentabilidade do empreendimento. Uma delas é que 100% da água cinza produzida dentro do canteiro de obras é coletada, tratada e reusada no vestiário que serve os 2,5 mil operários contratados. “Há preocupação também com a pegada de carbono. Por isso, selecionamos fornecedores que fazem esse controle desde a extração da matéria-prima até a entrega do produto no local da obra”, explica Maurício Cruz Lopes.

O empreendimento também se preocupa com a emissão de gás carbônico (CO₂) na produção de concreto. Por isso, foram instaladas duas centrais na obra, com capacidade de produzir, por ano, 100 mil m³ de material. “Faremos uma economia de 1,5 milhão de quilômetros, poupando o transporte de concreto por betoneiras, e, com isso, haverá a redução anual de 1.200 toneladas de gás carbônico”, revela o diretor de projetos da Odebrecht. Com 31 edifícios de 17 andares cada, espalhados em uma área de 632 mil m² da Barra da Tijuca, o Ilha Pura irá consumir um total de 350 mil m³ de concreto.

Obras já estão em andamento e previsão é de que estejam 100% concluídas no 1º semestre de 2016

Construídos de acordo com as normas da certificação AQUA, os prédios do Ilha Pura terão os seguintes equipamentos voltados para a sustentabilidade do bairro planejado: aquecimento solar, telhado verde, painéis fotovoltaicos, tomadas para veículos elétricos, paisagismo com espécies nativas, central de tratamento de água, iluminação eficiente em led e elevadores capazes de gerar 60% da energia que irão consumir. “Acreditamos que o uso de tecnologia verde permita reduzir o consumo de energia em 30%, se comparado a uma obra convencional. Isso nos primeiros dez anos”, avalia Maurício Cruz Lopes, que expôs o projeto no Congresso Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS 2013).

No mesmo evento foi apresentado o projeto do Jardim das Perdizes, que a Construtora Tecnisa está empreendendo na região da Barra Funda, em São Paulo. Trata-se de um outro bairro sustentável, com 28 torres distribuídas em uma área de 250 mil m².  Os apartamentos terão de 80 m² a 197 m², para atender famílias com renda mensal entre 6 e 20 salários mínimos. “A principal característica deste empreendimento é a possibilidade de inclusão social”, destaca Fábio Villas Bôas, diretor-técnico da Tecnisa. Além do Jardim das Perdizes e do Ilha Pura, existem no Brasil outros dois bairros sustentáveis em fase de construção: o Pedra Branca, em Palhoça, na região metropolitana de Florianópolis, e o Noroeste, no Distrito Federal.

Projetos de bairros sustentáveis foram apresentados no CBCS 2013

Entrevistados
Engenheiros civis Maurício Cruz Lopes, diretor de projetos da Construtora Odebrecht, e Fábio Villas Bôas, diretor-técnico da Construtora Tecnisa
Contato: secretaria@cbcs.org.br

Créditos fotos: Divulgação/COB/SCHWING-Stetter/CBCS 20013

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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