Do inglês Request for Information, RFI pode ser traduzido como pedido de informação. Empresas contratadas para uma obra – normalmente as terceirizadas – podem requerer mais detalhes e explicações sobre o projeto, e para obtê-los o fazem através de RFIs. Dependendo da demanda, essas solicitações causam impacto considerável no planejamento e no orçamento da obra, pois normalmente exigem adequações do projeto.
Um RFI pode ser solicitado em qualquer etapa da obra, seja ela pública ou privada. Porém, tais pedidos ocorrem normalmente nas seguintes fases: especificações e padrões de construção, acordos contratuais, plano de gerenciamento de construção, gestão de materiais e desenhos para projeto de construção. Quanto mais RFIs tiver uma obra maior será seu custo.
Estudo da consultoria Navigant Construction, com base em 1.300 projetos executados em vários países, mostra que cada pedido de informação extra do projeto custa, em média, 1.080 dólares (cerca de 4.350 reais). O prazo para revisão e resposta leva aproximadamente 10 dias, o que também gera impacto no cronograma. Outra constatação é que a falta de resposta a um RFI pode ser o catalisador de disputas dispendiosas e até paralisar o andamento da obra.
Pedidos de informação dentro de uma obra são relativamente normais. A recomendação é que o volume não seja exagerado. Para isso, algumas recomendações são úteis. Entre elas, padronizar o RFI, estabelecer prazo de resposta em contrato, fazer o controle eletrônico para monitorar o progresso da solicitação, entregar cópias do RFI para toda a equipe envolvida no projeto, tratar de assuntos específicos no RFI e adicionar referências ou especificações em cada pedido de informação.
RFI pode contribuir com soluções ao projeto ou ser minimizado com o uso do BIM
O RFI não serve apenas para fazer checagem do projeto ou apontar falhas. Há casos em que serve para propor soluções que melhorem processos dentro da obra e, consequentemente, reduzam tempo e qualifiquem a construção. Normalmente, quando isso ocorre, são feitas sugestões para o uso de tecnologias que ajudam nos processos de gerenciamento de construção. Atualmente, quase todos os softwares que desempenham essa função possuem recursos para demandas que exigem RFI.
Essas ferramentas também têm uma interface que facilita as equipes da obra a fazerem um pedido de solicitação, além de ensinar como enviar, receber, responder e fechar os avisos de RFI on-line e compartilhá-los com outras partes interessadas do projeto. Entre esses softwares, o mais conhecido é o BIM (Building Information Modeling). A incorporação de BIM permite uma visualização consistente do projeto, além de fornecer informações confiáveis. Resultado: seu uso tem reduzido a necessidade de RFIs e de retrabalho no canteiro de obras.
Construtoras que já dominam o uso do BIM, e que possuem equipes de engenheiros experientes, têm conseguido impedir que os RFIs ocorram quando a obra entra em sua fase de execução. Neste caso, as requisições de informações são resolvidas pelos próprios projetistas, sem impactar nos custos e no cronograma. Há também consultorias especializadas, que ajudam a revisar o projeto e a detectar eventuais falhas, minimizando interrupções quando a construção efetivamente estiver em andamento.
Veja o estudo da Navigant Construction sobre RFI
Entrevistado
Reportagem com base no estudo da Navigant Construction, intitulado “Impacto e controle de RFIs em projetos de construção”
Contato: inquiries@navigant.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330