Novas tecnologias para o concreto: dizer sim ou dizer não?

Práticas diárias é que definem se uma inovação é interessante para ser usada em uma obra ou não, diz pesquisador
3 de abril de 2019

Novas tecnologias para o concreto: dizer sim ou dizer não?

Novas tecnologias para o concreto: dizer sim ou dizer não? 1024 683 Cimento Itambé
Jon Belkowitz

Jon Belkowitz: papel dos pesquisadores é permitir que o mundo continue usando concreto. Crédito: Intelligent Concrete

Implantar novas tecnologias na indústria de concreto não é como lançar um smartphone para o público, diz Jon Belkowitz, diretor de P&D do Instituto Concreto Inteligente, localizado no estado do Colorado, nos Estados Unidos. “À medida que o concreto endurece as tecnologias cessam”, complementa o engenheiro civil e pesquisador do material. Belkowitz, que palestrou no WOC (World of Concrete) 2019, afirma ser favorável que a tecnologia atenda as necessidades de quem vai usar o concreto. “As práticas diárias é que definem se uma tecnologia é interessante para aquele concreto ou não”, completa.

Para o pesquisador, existem problemas do mundo real que não precisam de grandes tecnologias para se obter uma solução. No entanto, ele reconhece que a adoção de uma nova tecnologia deixa um legado importante para a construção civil. Porém, alerta: a decisão de adotar algo inovador na obra precisa ser em conjunto. “Empreiteiros costumam só adotar uma tecnologia depois de cinco anos. Antes disso, a pergunta que eles mais fazem quando lhes mostram uma inovação é: quem vai pagar por isso se algo der errado? Assim, a tomada de decisão deve envolver o engenheiro responsável pela obra, a concreteira, o empreiteiro, o incorporador e o projetista”, diz.

Jon Belkowitz ressalta que cada um dos atores envolvidos com a obra tem responsabilidades profissionais. “Independentemente do concreto ser inovador ou não, todos devem se certificar de que o material é fabricado e entregue com qualidade e controle, e que a colocação atenderá aos requisitos de vida útil e de resistência e durabilidade”, resume. Essa dinâmica, continua o diretor do Instituto Concreto Inteligente, oferecerá à nova tecnologia do concreto uma chance justa de mostrar a sua eficácia. “Dizer não economiza tempo e dinheiro, mas também reduz a curva de aprendizado que a indústria do concreto consegue ter quando uma nova tecnologia é agregada ao material”, complementa.

Tecnologias inovadoras do concreto trazem soluções para o amanhã

O pesquisador lembrou que uma tecnologia, quando bem sucedida, aumenta a resistência, a durabilidade e a vida útil do concreto. “Ao empregar novas tecnologias, agimos nas moléculas do concreto e endurecemos sua espinha dorsal contra manifestações patológicas. Nenhuma inovação agregada ao concreto, e comprovadamente eficaz, deixou de melhorar o material. As tecnologias sempre deixam seu legado positivo”, reconhece Jon Belkowitz, para quem as universidades e os centros de pesquisa têm papel relevante neste trabalho. “Nosso papel, como inovadores do concreto, é permitir que o mundo continue usando concreto. Isso é feito por meio da educação, da pesquisa e da adoção de tecnologias inovadoras que trarão soluções para o amanhã”, finaliza.

Entrevistado
Reportagem com base em palestra de Jon Belkowitz, diretor de P&D do Instituto Concreto Inteligente, na edição 2019 do World of Concrete (WOC)

Contato: jon.belkoiwitz@intelligent-concrete.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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